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O Grupo Sarney joga xadrez, a oposição prefere par ou ímpar…

Do blog do Linhares Jr.

Nos últimos dias o Grupo Sarney deu mais provas incontestáveis de que vê a política como um jogo a ser analisado e previsto. Cada lance deve ser pensado com seus desdobramentos no futuro e os objetivos a serem obtidos. Quanto mais longínquos e eficientes, melhores. A oposição prefere o imediatismo individual, prefere entregar-se a sorte e ao caráter aleatório do par ou ímpar…

Toda e qualquer movimentação do Grupo Sarney tem apenas um fim: a manutenção do poder no Executivo Estadual. Questões pequenas sempre são tratadas como questões pequenas, e a tribo comandada por José Sarney sempre segue as regras do jogo, sem temer sacrifícios e sem questionar decisões. É a resistência da oposição em pensar e agir desta forma que distancia o Maranhão da independência em relação a uma das oligarquias mais parasitaria da história do Brasil.

A corrida pela Prefeitura de São Luís é uma prova do status de dogma da frase “os fins justificam os meios”, criada por Maquiavel, autor de cabeceira do próprio Sarney. Durante anos o jovem deputado Roberto Costa construiu as bases de sua campanha pelo PMDB. Fez oposição ferrenha ao prefeito João Castelo, fez campanha antecipada em alguns lugares e iniciou algumas conversações sobre alianças. Logo o Grupo Sarney percebeu que a imaturidade de Roberto Costa em uma campanha, levando em consideração as campanhas de João Castelo e Flávio Dino, iria representar uma fragorosa derrota em que o único ganho seria a popularização do nome de Costa. Algo muito pouco. O deputado foi então defenestrado…

Reeditou-se então a tática “gerência metropolitana” que teve sua primeira edição com Ricardo Murad. É escolhido um secretário, dezenas de milhões são investidos em obras e pavimenta-se, junto a isso, o apoio do Governo do Estado. Max Barros então virou candidato. Ocorre que as obras não vieram a tempo e o canteiro de obras em São Luís foi produzido pela Prefeitura, e não pelo Governo. Além disso, os caciques sarneístas perceberam que a eleição teria o mesmo resultado do previsto com Roberto Costa. Era hora de tentar o Plano C.

A meta do Grupo Sarney é 2014 e não 2012. Perceberam então que o distanciamento da presidente Dilma poderia, caso não fosse revertido logo, se tornar um problema. E qual a melhor forma de se aproximar de Dilma? Ora, granjear lisonjas do PT por meio do apoio a alguém do partido a um cargo estratégico. Além disso, os sarneístas sabem que o apoio do Governo Federal será muito mais abrangente se for desencadeado em prol de um petista, o que eleva as chances de vitória. Somando-se a isso uma aliança definitiva entre os dois partidos em 2014. Além disso, o bônus principal, o adversário a ser batido em 2014, Flávio Dino, fica mais longe de um dos seus mais aliados mais entusiastas: o próprio PT. Entenderam a estratégia? Tudo fundamenta 2014.

Já a oposição… Bem a oposição segue criticando a si mesma, sendo pautada pelos meios de comunicação dos sarneys, tratando peões como rainhas, desprezando suas torres e tratando 2012 de forma aleatória. Em São Luís quase todos os partidos de oposição demonstram interesse na disputa solo. Enquanto Roseana Sarney comanda a ofensiva no interior do estado visando aumentar sua “rede amiga dos sarneys”, a oposição parece nem sonhar com a idéia de planejar algo para aumentar seu número de prefeitos, vereadores e aliados no interior. A oposição está mais preocupada em se matar em São Luís e Imperatriz, cidades já gerenciadas por um partido da oposição, do que em alargar seus limites no interior.

Se pensasse como deve, a oposição teria um paradigma político inverso ao de seus adversários: como vencer o Grupo Sarney nas eleições de 2014, sabendo que toda e qualquer movimentação teria como meta alcançar este objetivo. Pensando assim, os líderes oposicionistas fariam imediatamente governos de coalizão em todas as esferas que comandam, elencariam candidatos a prefeito e vereador em todas as regiões, priorizariam as candidaturas com chances reais de vitória e preparariam os candidatos derrotados para continuarem no grupo até 2014 e lançariam desde já não só a candidatura majoritária, mas os generais que comandariam o processo.

É óbvio que muita coisa pode ser feita. O problema é que enquanto o Grupo Sarney mexe suas peças em conjunto tentando garantir a supremacia nos lences que se avizinham, a oposição sacode a mão e escolhe números aleatórios esperando que a sorte lhe sorria…

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