Editorial do Jornal Pequeno

De todos os mundos, todas as janelas, das almas dos pregoeiros, dos corações solidários e até mesmo das nuvens insolentes que festejam nos céus vêm a mesma notícia: o ano de 2014 partiu e acende-se nas almas o sol da liberdade. Seremos novos agora; seremos outros, se possível. Busquem, que talvez uma crônica azul possa salvar-nos da insistência das tristezas, da profundidade desse sentimento misto de saudade e alívio, e já se possa cantar o que não foi possível com as almas engasgadas de revolta.

O futuro chegou, e, se não sabem, o futuro também pode passar. Por isso é preciso detê-lo, fazer que fique aqui, abraçar o futuro e colocar nas ruas os exércitos da alvorada. É a hora de lutar por um estado sem fome, por uma cidade menos violenta, e viver essa aventura de encontrar certezas. Pergunte-se onde deixou seu sonho e traga-o de volta, pois que se anuncia um novo tempo, de novas gentes caminhando em novos jardins. Abra seu quintal para a ventania e deixe que esse sabor de liberdade escorra na boca, que a vitória não seja apenas a vitória de alguns, mas de todo um povo sacrificado num calendário cinqüentenário de más intenções.

A esperança precisa ser leve, mas a determinação de escrever uma nova História no Maranhão precisa ser maior e não tão dolorida como foi até agora.

A linguagem das sombras há de calar um dia para dar espaço a uma paisagem multicolorida tão presente quanto a revolução que se repete nos relógios, a cada hora; no relógio do sol, no relógio da vida, nos corações pulsando de todas as emoções humanas.

Estamos em 2015, e enquanto nossos suspiros envelhecem diante de uma nova ordem lembramos o quanto durou e foi fatigante essa luta, o quanto nos desgastamos à espera da honestidade e como é puro estar aqui, agora, ouvindo os sinos e os hinos de uma nova era.

De mãos dadas, como sempre foi, diante das polícias políticas, dos ternos e gravatas da exclusão social, podemos dizer agora da reconstrução do Maranhão, podemos fazer parte de um país.

O futuro chegou, e antes que ele se vá precisamos tomar conta dele. Agarre também seu futuro e não o deixe passar.