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O estranho passageiro

A expressão cunhada pelo deputado Bira do Pindaré, segundo a qual o Maranhão cresce como rabo de cavalo, para baixo, a definir o alardeado crescimento econômico, desenvolvimento e progresso do Maranhão de que faz de contas o governo do Estado, veio na esteira de um discurso do deputado Rubens Júnior no qual mostrou como voa, o quanto voa o governo do Estado. Os gastos com fretes de aeronaves previstos para esse ano vão a R$ 16 milhões, e, mesmo sem piloto de confiança, os governantes pretendem percorrer 480 mil quilômetros no Maranhão.

Eles pretendem ir muito longe. Segundo cálculos do deputado Rubens Júnior, a distância corresponde a viajar todo o Brasil 55 vezes ou dar a volta ao mundo 12 vezes. Mas é o mesmo governo que retarda a implantação do Estatuto do Educador alegando falta de recursos; o mesmo que não paga os precatórios devidos pelo Estado; o mesmo que deixou o Colégio Cintra desmoronar.

O governo voa, mas diz o deputado Marcelo Tavares que há um declínio geral na geração de empregos, inclusive na indústria, na agropecuária, e, até, pasmem senhores, na construção civil. Para onde voa o governo, não se sabe. Mas voa tanto que só está sobrando emprego no Maranhão para pilotos. E falam os parlamentares na Assembleia Legislativa de um passageiro misterioso que navega cinco vezes mais do que é permitido aos passageiros da segurança pública atrás de criminosos, embora o contingente policial do Maranhão não baste para dar assistência a todos os municípios. Gastam mais com espaçonaves que com agricultura; mais com voos rasantes que com educação.

Enquanto a criminalidade e a pobreza absoluta batem recordes nacionais, o governo está no espaço, quem sabe tentando localizar meteoros, quem sabe à procura de um futuro político melhor que esse que se avizinha. O governo voa e o Maranhão cresce. Como rabo de cavalo; para baixo, hoje e sempre, na versão do deputado Bira do Pindaré. Mas quando se trata de dinheiro, acontecimentos estranhos é que não faltam nesse Estado. Como a liberação de R$ 4 milhões, de filho para pai, dentro de uma secretaria de Estado.

Apesar de tantas viagens, não faltam reclamações, inclusive de deputados do governo, sobre a situação das estradas maranhenses, sobre estradas que não se concluem e outras que jamais são iniciadas, além daquelas que continuam intransitáveis, intrafegáveis, provocando sérios danos à economia dos municípios. A não ser que estejam pensando em asfaltar o espaço, não se entende para onde vão.

E, assim, montado nos bilhões em empréstimos que haverão de endividar o estado por uma eternidade e meia, o governo viaja, de um lado para outro, carregando um estranho passageiro que talvez nem saiba aonde o governo quer chegar. Até 2014 terão dado muitas voltas ao mundo sem que o Maranhão, crescendo como rabo de cavalo, consiga sair do lugar.

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