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Notinhas Informe JP

Fim de uma era

A data de 10 de dezembro de 2014 ficará marcada na história do Maranhão como o dia em que Roseana renunciou ao mandato e encerrou um ciclo de 50 anos de predomínio do grupo Sarney no Maranhão.

O ato da renúncia, segundo analistas políticos, marca a queda do grupo que comandou o estado nos últimos 50 anos e acontece em um momento extremamente delicado para a agora ex-governadora.

Roseana deixa o governo em meio às investigações da Operação Lava-Jato, que, no seu bojo, ligam o governo do Maranhão a um esquema de pagamento de propina para liberação de precatórios à construtora UTC/Constran.

Para evitar responder perguntas sobre a Operação Lava Jato, a ex-governadora, após fazer o discurso de despedida, evitou contato com os jornalistas, dando a cerimônia por encerrada.

Continua na política

A renúncia de Roseana não encerra a participação do clã Sarney na vida pública. Durante o discurso, ela deixou claro que pretende continuar na política.

“Não digo adeus. O povo do Maranhão é a minha família. Estarei a seu lado em todos os momentos”, observou.

Mudanças no plenário

O governador interino, Arnaldo Melo, não esperou nem a sessão extraordinária terminar para anunciar o nome do deputado Carlos Alberto Milhomem como novo secretário Chefe da Casa Civil.

Com a retirada de Milhomem do plenário, assume a vaga o segundo suplente Magno Bacelar, que passará 20 dias como titular do mandato.

Mesmo com o retorno de Ricardo Murad ao plenário da Casa, Magno está garantido na vaga do presidente da Assembleia, Arnaldo Melo, que se licenciou para assumir o governo do estado até 31 de dezembro.

Mudança na Saúde

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O secretário de Saúde, Ricardo Murad, deixou o governo junto com Roseana, sendo substituído pelo adjunto José Márcio Leite.

Murad, que comandou o programa de saúde no governo, deve retornar ao plenário na Assembleia Legislativa nos próximos dias.

Sem problemas

As transições no governo e na Assembleia Legislativa transcorreram sem maiores problemas. Com a renúncia da governadora e licença do presidente Arnaldo Melo para assumir interinamente o mandato, Max Barros assumiu a presidência da Casa.

Max ficará no cargo até o retorno do presidente em 1º de fevereiro de 2015, dia em que Arnaldo Melo estará transmitindo a faixa ao governador eleito do Maranhão, Flávio Dino.

Transição republicana

O líder da oposição, deputado Rubens Júnior, recusou-se a comentar a decisão pessoal da governadora de renunciar ao mandato, mas disse ter ficado feliz com a posse de Arnaldo Melo.

“Agora temos condições de fazer uma transição republicana. Esse será seu principal desafio”, pontuou o líder oposicionista, já adiantando que, a partir de agora, não haverá oposição em plenário.

Constatação

De um atento observador, ontem, durante a solenidade em que a governadora renunciou ao mandato:

“Roseana renunciou no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Se tivesse renunciado, como havia prometido, na terça-feira (9), teria sido no “Dia de Combate à Corrupção”.

Lógica política?

A renúncia de Roseana Sarney (PMDB) não se explica com clareza. Razões médicas, medo de prisão, não querer passar a faixa ao governador eleito Flávio Dino (PCdoB), acordo de compensação para Arnaldo Melo (PMDB)? Nada disso se encaixa na ‘lógica’ política que conduz o Maranhão há 50 anos sem provocar outras indagações.

Estrebuchar

Prestes a perder o Executivo, a luta das forças oligárquicas que ainda arquejam é no sentido de não perder também o Legislativo. Várias ações nesse sentido já foram tentadas sem sucesso pelo próprio Arnaldo Melo e o colega Alexandre Almeida (PTN), como se registrou na imprensa a respeito da tentativa de mudança de regras na última hora na Assembleia, de forma a dificultar a articulação do deputado eleito Humberto Coutinho (PDT) para se eleger presidente da Casa… Por esse raciocínio, agora Arnaldo Melo como governador e o colega Max Barros (PMDB) no controle da Assembleia, seria ingenuidade não supor que novas artimanhas seriam arquitetadas para pôr barreiras na empreitada de HC… Isso faria sentido na ‘lógica’ política maranhense em que o grupo que sai do Executivo irá estrebuchar até o derradeiro instante antes de entregar também o comando da Casa a um dos principais aliados de Flávio Dino.

Fuga

O fato de Roseana Sarney ir se alojar na Flórida (EUA) ou o senador José Sarney vestir o pijama não significa, por si só, que o clã Sarney desistiu de vez do poder no Maranhão. Em política não se abandona na fuga o baú com bens preciosos, por mais atabalhoada que seja a correria. Ainda mais que no caso de ‘Branca’ esta nem parecia tão preocupada em abandonar o Palácio dos Leões. (Jotônio Vianna, no Jornal Pequeno)

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