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Neutralidades em São Luís

Editorial do JP

A impressão que se tem neste momento é de que o segundo turno das eleições será marcado por neutralidades. E a neutralidade é um vocábulo próximo demais da omissão. Neste caso, porém, ela está sendo muito mais provocada por conveniências políticas focadas na eleição de 2014 que em vista do processo eleitoral em curso.

O Partido dos Trabalhadores, abatido eleitoralmente, mas com um lastro eleitoral capaz de influir na decisão final entre os candidatos que chegaram ao segundo turno, declarou-se neutro logo no dia seguinte ao 7 de outubro. E as razões não se concentram apenas no fato de Castelo e Edvaldo fazerem oposição ao governo, mas no temor de que, credenciando-se com a reeleição, Castelo também se candidate a governador em 2014, junto com Flávio Dino, e os dois detonem de uma vez por todas as esperanças de continuidade no poder do regime sarneisista. Sem contar que qualquer um dos dois, Dino e Castelo, tem mais trânsito hoje com o partido no poder no país (leia-se Dilma Rousseff) que José Sarney. E essa possibilidade apavora o grupo.

A governadora Roseana Sarney promete manifestar-se sobre o segundo turno no decorrer da próxima semana, mas todas as apostas indicam que ficará neutra, e, naturalmente, pelos mesmos motivos do PT. A vice-prefeita de São Luís Helena Duailibe usou como argumento o cargo que ocupa e por isso não deve optar por lado nenhum. Quanto aos candidatos à esquerda do mundo, Marcos Silva e Haroldo Saboia, não apoiam burguês porque não votam 50 e muito menos 16.

As decisões dos candidatos Tadeu Palácio e Eliziane Gama, bem ao contrário da do PT de Washington Oliveira, tardam e podem encontrar o eleitor indisposto para elas. O perfil dos dois, guardadas as devidas proporções, aproximaria mais da candidatura do prefeito João Castelo. Mas há as dificuldades criadas no decorrer da campanha, no primeiro turno, quando todos os candidatos acharam que a única forma de vencer a eleição era bater exclusivamente no atual inquilino do Palácio La Ravardière.

O que não podem esquecer, neutros e omissos, é que se não há para eles o dever legal de influir no resultado do pleito, há o dever moral de quem também defendeu propostas e apresentou programas de governo à população. São Luís virou metrópole; é, hoje, uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, embora com costumes pobres e aspirações ricas. Ninguém mais pode fugir às suas responsabilidades em torno dela. Eleição parece, mas não é uma festa para escolha do melhor pop star.

Que esqueçam 2014 e juntem, pois, os que não venceram e os que alguma influência têm sobre o eleitorado, suas propostas e programas em torno do candidato que escolherem e vamos por fim a essa guerra de bastidores que está virando uma chateação.

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