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Militantes iniciam nesta terça-feira greve de fome por liberdade de Lula

Seis dos mais de dez grevistas concederam entrevista coletiva nesta segunda

Integrantes de movimentos populares iniciarão uma greve de fome pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir desta terça-feira (31). A mobilização, que não tem data para terminar, ocorrerá em Brasília (DF).

Participarão da greve integrantes de três organizações: Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Central de Movimentos Populares (CMP) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Até o momento, já existem seis nomes confirmados, mas a perspectiva é que outros militantes de distintas regiões do país se somem no decorrer desta semana.

Nesta segunda (30), os seis grevistas concederam entrevista coletiva à imprensa. Eles foram introduzidos por João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, que explicou que a medida extrema dos grevistas se insere em uma série de mobilizações em torna da defesa de Lula. A principal reivindicação é que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja seu posicionamento em relação à possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.

“Vamos dar início a um processo que consideramos necessário, e histórico, para a conjuntura do Brasil. É um esforço ainda maior da sociedade brasileira com esse objetivo principal: libertar Lula. Achamos que ele é inocente e está sendo vítima de uma perseguição política que ficou explícita durante esse processo. Querem impedi-lo de ser candidato nas próximas eleições”, afirmou o dirigente sem-terra. Para ele, a situação atual significa a exclusão de “uma parcela da população do processo eleitoral”.

Um dos grevistas, o frei franciscano e militante do MPA Sergio Antonio Gorgen, apontou que a medida, além de extrema, aponta simbolicamente para o fato de que o país voltou a sofrer com a fome por conta das opções do governo Michel Temer (MDB).

“Nós podemos fazer essa opção, podemos passar fome por um ato livre e consciente. Estou fazendo isso porque acho que, se o Brasil entrar no caos no qual as elites querem jogá-lo ao impedir Lula de ser candidato e o povo de escolher seu representante, e se continuar esse modelo de exclusão que hoje vige no país, a fome vai ser uma imposição para milhões de pessoas, inclusive crianças inocentes”, disse.

A mais jovem das grevistas, Rafaela da Silva Alves, também do MPA, afirmou que a mobilização não tem como razão de ser apenas Lula, mas também “cada jovem, cada mulher, cada cidadão que sonha e sabe que tem um papel a desempenhar”.

“Eu, como jovem, mulher, nordestina e sertaneja, me somo a essa greve de fome porque acredito que não há outra saída para o povo a não ser a luta. E todas formas de luta são necessárias. Cada momento da História exige dos militantes e lutadores do povo um nível de sacrifício”, disse emocionada.

Os grevistas permanecerão em frente ao STF algumas horas por dia. A proposta é que a iniciativa se espalhe pelo Brasil. No dia 4 de agosto, a Frente Brasil Popular convoca um dia de jejum com mobilizações e atos públicos, coleta de alimentos, abaixo assinados e celebrações ecumênicas. (Brasil de Fato)

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