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Maranhão paga 3 vezes mais por energia do que Quebec, no Canadá

Um cidadão do Maranhão – um dos estados mais pobres do Brasil – paga o triplo do preço da tarifa de energia elétrica cobrada de um canadense de Quebec. A comparação foi feita pelo engenheiro Roberto Pereira D”Araujo, da Coppe/UFRJ, para exemplificar os efeitos da privatização do setor sobre as tarifas: “Em todos os lugares nos quais o modelo de mercado foi adotado para o setor elétrico a tarifa subiu.”

Araújo, que participou de seminário promovido pelo Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, observou que, na Inglaterra, citada como exceção, o governo fez um investimento prévio superior a US$ 1 bilhão e houve mudança da matriz: do carvão, as usinas termelétricas passaram a ser alimentadas por gás natural, o que permitiu redução nas tarifas.

O engenheiro da Coppe considera o Canadá o melhor país para ser comparado ao Brasil porque grande parte da geração naquele país se dá por hidrelétricas. “Nas províncias em que o modelo de mercado foi adotado as tarifas dispararam”, disse.

“Em Quebec o modelo de mercado não foi adotado. A fornecedora é uma empresa estatal lucrativa, que participa de muitas parcerias mundo a fora”, esclareceu.

D”Araujo frisa que a culpa pela energia cara não é dos impostos. “O Brasil pratica a quarta maior tarifa industrial do mundo. Sem impostos, estaria na 11ª posição. Mesmo sem imposto, a tarifa do Maranhão continua mais cara que a de Quebec. Na Dinamarca, a tarifa chega a 53%, enquanto no Brasil ela é de 30%. Lá, o imposto é investido na pesquisa de energias renováveis”, lembra o engenheiro, para quem há uma redução a ser feita nos preços das tarifas de usinas já amortizadas.

O especialista da Coppe alerta para o risco da nova rodada de leilões para a concessão da geração de energia no país. “As estatais foram chamadas a se sacrificarem no período de racionamento e, agora, entrarão prejudicadas nos leilões, podendo haver, na prática, outra onda de privatizações no setor.” (Do Monitor Mercantil)

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