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A mando de Sarney, João Alberto trabalha para livrar Aécio de cassação

Mesmo com prazo vencido, o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), afirmou que ainda não tomou conhecimento do processo de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) protocolado em 18 de maio. Ele alega licença médica tirada nesta semana. Como presidente do colegiado, cabe a João Alberto a decisão de aceitar ou arquivar o processo.

João Alberto é aliado do ex-senador José Sarney que, por sua vez, é amigo de Aécio Neves. Aécio mantém, ao longo dos anos, uma sólida amizade com Sarney. No aniversário do político maranhense, comemorado no dia 24 de março, Aécio fez questão de comparecer e tirar fotos ao lado do velho amigo. Sarney, inclusive, votou em Aécio para Presidente da República. Os dois cultivam um excelente relacionamento pessoal e político e por isso, Sarney fará de tudo para livrar a cara do amigo tucano, a começar pedindo para João Alberto abafar o caso no Senado.

A assessoria do senador João Alberto informou, por meio de nota, que ele ainda não conhece o processo de pedido de cassação de Aécio em razão da licença. Segundo a assessoria, o senador só receberá o processo em mãos na próxima semana.

João Alberto já fez chegar a colegas que pedem a abertura do processo de cassação de Aécio Neves que não moverá uma palha até o Supremo decidir se prenderá ou não o tucano. Trata-se de uma estratégia para adiar o máximo possível atirar Aécio aos leões. Caso o Supremo Tribunal Federal decida pela prisão, ficará mais difícil para João Alberto manter-se sentado em cima do pedido de abertura do processo. Já se o STF o livrar Aécio da cadeia, aí é que o presidente do Conselho de Ética ficará ainda mais à vontade para não fazer o seu trabalho em prol da classe. A 1ª Turma do STF anunciou que iria julgar na próxima terça (20) o pedido de prisão do senador Aécio, feito pela PGR. O colegiado também vai examinar o recurso do tucano para retornar ao cargo, do qual foi afastado no dia 18 de maio.

O pedido de cassação de Aécio Neves foi protocolado pela Rede Sustentabilidade e pelo PSOL, com base na delação dos executivos da JBS. Na conversa, gravada no dia 24 de março deste ano e divulgada em 19 de maio, Aécio pediu R$ 2 milhões ao empresário para pagar advogados que fazem sua defesa nos inquéritos referentes à Operação Lava Jato. Pelo regimento do Senado, o presidente do Conselho de Ética, João Alberto, deveria emitir um parecer pela abertura ou arquivamento do processo em até cinco dias úteis.

Na época, Alberto alegou que não poderia responder sobre o caso porque o Conselho de Ética teria de ser reinstalado, já que o mandato dos senadores no colegiado estava vencido. O conselho foi reinstalado em 6 de junho, quando João Alberto foi reconduzido à presidência. O prazo para decidir sobre o caso Aécio venceu na terça-feira, 13.

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