Fechar
Buscar no Site

Lobão diz à PF que Palácio indicava nomes para Petrobras

Do G1 e da TV Globo, em Brasília – Em depoimento à Polícia Federal dentro das investigações da Operação Lava Jato, o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) afirmou que, “tradicionalmente”, os diretores da Petrobras são indicados pelo Palácio do Planalto para depois serem “oficializados” pelo Conselho de Administração da estatal. Segundo o parlamentar, que chefiou o Ministério de Minas e Energia por sete anos, ele próprio nunca fez nomeação de diretores da estatal.

O G1 entrou em contato com o Palácio do Planalto, mas não recebeu resposta até a últmia atualização desta reportagem.

O depoimento de Edison Lobão foi divulgado nesta segunda-feira (22) dentro do maior inquérito que tramita no STF sobre o caso, envolvendo 39 pessoas. Além de negar participação na escolha de diretores da Petrobras, Lobão afirmou que coube a ele comunicar a Paulo Roberto Costa sua demissão da estatal, em 2012, por “recomendação” do Palácio do Planalto, “não sabendo dizer quais os motivos” para a decisão, conforme registrou a PF.

 

Ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa admitiu à Justiça que autorizava contratos superfaturados em troca de propina de empreiteiras, que eram divididas entre ele e políticos do PP principalmente. Em sua delação premiada, Paulo Roberto afirmou ter repassado, a pedido de Lobão, R$ 2 milhões para a campanha eleitoral de Roseana Sarney ao governo do Maranhão. No depoimento, Lobão negou e disse ter recebido a suspeita com “indignação e revolta” e que considera uma “infâmia” a afirmação de que teria pedido dinheiro a Paulo Roberto. Em depoimento em maio, Roseana também negou ter se beneficiado com suposta doação.

Encontro com Paulo Roberto
Além de Lobão, outros parlamentares do PMDB também responderam a interrogatórios da PF no inquérito. Um deles, o senador Romero Jucá (RR) confirmou aos policiais que se encontrou em 2009 com Costa na casa do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).

Líder do governo à época, Jucá relatou participava de almoço junto com Renan, que era líder do PMDB, e o então presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para discutir medidas provisórias em tramitação no Congresso.

Ele disse que Paulo Roberto foi levado ao local pelo deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) para pedir apoio aos parlamentares para ser transferido para a Diretoria de Exploração e Perfuração da Petrobras. Questionado sobre o motivo pelo qual seu nome teria sido citado nas delações, Jucá disse que seria “tentativa de envolver o PMDB como partido nesses acontecimentos”.

Em sua defesa nas investigações, Renan Calheiros confirma o almoço em 2009. A defesa diz que Paulo Roberto buscava apoio para a transferência, mas que “não houve solicitação específica para esse pleito”.

“Não houve desdobramentos dessa rápida conversa. Em nenhum momento, Renan Calheiros intercedeu em favor da causa de Paulo Roberto Costa. E mais não houve”, afirma uma das peças de Renan Calheiros.

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens