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Liturgia de Bataclã

É cruel para com a memória do ex-governador Jackson Lago a nota emitida pela Secretaria de Comunicação do Estado na contestação das declarações do deputado líder da oposição, Marcelo Tavares. Tavares afirmou que se o governo do Estado não tivesse ingressado na Justiça para inviabilizar convênios celebrados pelo então governador Jackson Lago, a obra da Avenida Litorânea já estaria concluída.

Para começo de assunto, o próprio prefeito João Castelo já havia denunciado o processo de judicialização que travou por algum tempo o início das obras de prolongamento da Litorânea; o mesmo tipo de processo que impediu durante muito tempo a construção do Hospital de Urgência e Emergência de São Luís, inclusive com tentativa de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, afinal fulminada na Justiça, pelo deputado Roberto Costa.

Ao afirmar que o ex-governador Jackson Lago ‘rateou’ dinheiro com o objetivo de esgotar o Tesouro do Estado, o senhor Secretário de Comunicação adota uma linguagem que de oficial não tem nada e mais parece digna dos bordéis de Jorge Amado. O Dr. Jackson Lago nunca foi um rato e a única coisa que nos parece capaz de esgotar o Tesouro do Estado é o endividamento quadribilionário do Maranhão que a governadora do Estado está propondo.

Uma nota de esclarecimento, portanto oficial, de um governo que preze pela própria liturgia (essa é de Sarney) deve estar resguardada por linguagem mais diplomática. Essa falação de vendedor de lingerie, de locutor do Bataclã, não vai mudar o fato de que o governo do Estado perseguiu a Prefeitura de São Luís durante quatro anos, que quis e conseguiu impedir a construção de um hospital, que ações na Justiça embargaram o prolongamento da Avenida Litorânea. Coisa que o governo, apoiado nos holofotes de um monopólio de comunicações, fez na ilusão de que massacrando a administração do prefeito João Castelo, venceria a eleição na capital. Perdeu feio.

(JM Cunha Santos)

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