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Juscelino Filho é o segundo entre os ministros de Lula que mais recebem deputados

Em mais uma investida para melhorar a articulação política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aproveitar a reunião com os ministros do governo, nesta quinta-feira, para cobrar que eles mantenham as portas abertas a parlamentares e atendam as demandas encaminhadas por Alexandre Padilha (Relações Institucionais), responsável por capitanear as negociações com o Congresso. Um levantamento feito pelo GLOBO nas agendas divulgadas pelos 37 titulares da Esplanada indica que os três nomes do União Brasil, partido que está no epicentro dos desgastes do Palácio do Planalto junto à Câmara por ter traído o Executivo em diferentes votações, aparecem na lista dos dez ministros que mais tiveram agendas com deputados, entre os quais o ministro Juscelino Filho(Comunicações). Por outro lado, Rui Costa (Casa Civil) e Marina Silva (Meio Ambiente), ambos criticados pela dificuldade de diálogo com parlamentares, não figuram entre os que mais se reuniram com congressistas.

O levantamento aponta também que houve pico de agendas com parlamentares em dois momentos estratégicos para o Planalto: em 22 de março, quando o governo atuava para mediar um acordo entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que divergiram sobre regras de tramitação de medidas provisórias, e em 17 de maio, dia em que a Câmara aprovou a urgência para projeto do novo arcabouço fiscal, cujo mérito passou pela Casa na semana seguinte.

Os dados mostram ainda que, como esperado, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi quem mais teve encontros com deputados. Foram 215 agendas. Em seguida, aparecem ministros de partidos do Centrão, entre eles os do União Brasil (Juscelino Filho, Waldez Góes e Daniela Carneiro). A sigla tem cobrado um rearranjo na Esplanada e pressiona pela troca da titular do Turismo pelo deputado Celso Sabino (PA), aliado de Lira. O ministro da Justiça, Flávio Dino, aparece em posição intermediária.

Na reunião de hoje, Lula vai deixar claro a seus ministros que Padilha fala em seu nome e deve ser prontamente atendido. Será mais uma tentativa de empoderá-lo. Aliados de Padilha têm dito que as demandas apresentadas por ele, como nomeações, se arrastam por demora dos próprios titulares das pastas em finalizar os procedimentos burocráticos.

Professor da Fundação Dom Cabral, Bruno Carazza avalia que as agendas podem indicar o esforço dos ministros em fazer a articulação política com os parlamentares, mas também uma agenda em prol de seu próprio futuro político:

— Isso fica explícito no número de encontros de Juscelino Filho, há meses ameaçado de perder o cargo, mas também dos demais políticos do Centrão. Chama a atenção, no lado da articulação política, o relativamente baixo número de encontros de Rui Costa, pois é o ministro encarregado das nomeações para os cargos de segundo e terceiro escalão.

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