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Jus sperniandi

Começou a gritaria. Dá para ouvir o berreiro em Miami e no fundo do túmulo escolhido pelo Império, o Convento das Mercês. O inconformismo psicológico, que seria natural depois da derrota de 2014, começa a se transformar em fúria contra o governador do Estado. É o que se pode inferir de um artigo insidioso do acadêmico Joaquim Itapary contra o governo Flávio Dino, no qual trata secretárias de Estado de meninas assanhadas e secretários de hermafroditas. Tudo porque uma parente do imortal foi demitida e ouviu de alguém não identificado o que, realmente, não deveria ouvir.

Acostumados aos privilégios de casta e aos ganhos superlativos dos aduladores, acusam o governo de ‘balbúrdia’. Mas não há balbúrdia maior que a de uma governante praticamente em fuga, porque, segundo a Polícia Federal, teria recebido propina em espécie, nas caladas da noite, de gente suspeita, entre suítes suspeitas alugadas a um hotel. Não houve vergonha maior para o Maranhão e os maranhenses. E essa é a origem da gente que berra inconformada por não mais poder saltear o dinheiro do povo.

O governador Flávio Dino mira no fim da corrupção, do afilhadismo criminoso. E isso basta para que os caranguejos mostrem as unhas e as cobras vomitem veneno. Os privilegiados que fizeram do Maranhão o estado mais pobre do país e fizeram do maranhense um povo vítima de insuficiência alimentar estão sofrendo diante do futuro que se avizinha. E furiosos. Acabou o caviar, acabou a lagosta, acabaram-se as noitadas nos cassinos de Las Vegas, as mansões surgidas do nada, a ociosidade superfaturada, as ilhas e castelos comprados com dinheiro público. A nova ordem é afundar as fundações que afundaram o Maranhão na mais absoluta pobreza.

É o jus sperniandi, um falso latinismo que alude ao espernear de uma criança inconformada com uma ordem dos pais. Pois que esperneiem! Não haverá mais banheiros fantasmas, nem estradas vicinais construídas em povoados que não existem! Os recursos financeiros da sociedade maranhense não mais serão gastos em noitadas de pif-paf! O Maranhão, queiram ou não queiram, vai sair das páginas policiais do país! É o fim das propinas, senhores!

Flávio Dino é o governador do Maranhão e agora o insultam e agridem por conta da demissão de uma funcionária, coisa corriqueira em qualquer mudança de governo e em qualquer lugar do mundo. “Aqui não trabalha ninguém com Itapary no nome”. Querem mesmo fazer crer que o governador disse tamanha asneira? Não querem.

O que querem, de verdade, é o dinheiro do povo pagando o culto à personalidade de Sarney; o que querem é a balbúrdia sacramentada no Sistema de Segurança por empresas terceirizadas de uma parentalha que todos nós conhecemos muito bem.

Esperneiem, senhores! Um novo modelo político há de nascer no Maranhão, e nele ninguém vai almoçar e jantar os ossos do povo em hotéis de luxo. (Editorial do Jornal Pequeno)

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