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Júnior Lourenço é o deputado mais infiel do PL durante votações a favor do governo Lula

Ao longo dos dez primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deputados do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro descumprem com frequência a orientação do partido e votam a favor de pautas de autoria do Palácio do Planalto na Câmara dos Deputados.

Na votação do projeto de taxação dos “super-ricos” e fundos de alta renda no exterior, aprovado nesta última quarta-feira, 25, o PL orientou que a sua bancada votasse contra a proposta, mas 12 parlamentares decidiram acompanhar o governo.

Essa situação mostrou novamente a “infidelidade” de alguns parlamentares às decisões do PL, que já foi registrada em outras discussões de pautas do governo. Nos primeiros dez meses de mandato, quando a sigla orientou votos contrários, os parlamentares também decidiram tomar um outro caminho em outras cinco propostas.

No final de maio, por exemplo, o partido do ex-presidente orientou que os seus deputados votassem contra a medida provisória que reestruturava os ministérios do governo Lula. Porém, sete deputados da sigla decidiram votar junto ao Planalto, enquanto outros 77 seguiram a decisão da liderança do PL.

O partido presidido por Valdemar Costa Neto também orientou que seus filiados votassem contra a reforma tributária, que foi aprovada na Câmara no dia 7 de julho. A determinação foi seguida por 75 parlamentares e descumprida por 20, o que gerou um conflito interno dentro da sigla.

No mesmo dia, o PL determinou que seus parlamentares votassem contra um destaque em um texto do Planalto que retomou o Programa de Aquisição de Alimentos. 73 deputados seguiram a orientação, mas oito decidiram acompanhar a base governista.

Em agosto, a sigla orientou posições contrárias a uma medida provisória do governo que concedia um reajuste salarial de 9%. Dezesseis parlamentares da sigla descumpriram a orientação. Em setembro, o PL determinou uma obstrução a outra medida que abriria um crédito de R$ 200 milhões para combater a gripe aviária. Sete decidiram apoiar a proposta do Executivo.

João Carlos Bacelar (PL-BA) e Júnior Lourenço (PL-MA) descumpriram a orientação do PL e votaram junto ao governo em todas as seis ocasiões. Ambos estão no partido deste antes do ingresso do ex-presidente, formalizado em novembro de 2021.

Durante a campanha eleitoral do ano passado, Lourenço anunciou nas suas redes sociais que iria apoiar Flávio Dino (PSB-MA) para o Senado. Nomeado ministro da Justiça, Dino protagoniza embates com parlamentares bolsonaristas.

Em março deste ano, Júnior Lourenço foi criticado por colegas de partido por ter retirado a sua assinatura do requerimento que criaria a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro.

O casal de parlamentares Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Detinha (PL-MA) votaram em contraponto à indicação do PL em quatro ocasiões. Em suas redes sociais, os parlamentares publicaram fotos com ministros do governo Lula, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), André de Paula (Pesca e Aquicultura) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).

A reportagem procurou também Josimar Maranhãozinho e Detinha, mas não obteve retornos. (Estadão)

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