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José Reinaldo diz que Lobão deve estar com dificuldades para dormir

ALGUÉM ESTÁ GOVERNANDO?

Por José Reinaldo Tavares

A notícia de que o décimo terceiro preso foi assassinado dentro das cadeias do Maranhão é uma demonstração da ausência de governo no estado. O período de emergência, julgado necessário para construir as novas prisões, acertado com o ministro da Justiça já acabou e nada, nada mesmo, foi realizado. Nem o controle que disseram já ter das prisões é verdadeiro. Treze mortos só nestes primeiros três meses e alguns dias deste ano é mais do que as mortes ocorridas neste ano na soma de todas as prisões do país.

Brasília - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (17) que o governo está preocupado com a demora na aprovação das regras para divisão dos royalties do petróleo pelo Congresso Nacional.?[O governo] está preocupado, está desejoso de que ande depressa porque nós precisamos promover novas rodadas de licitação e, no caso do pré-sal, serão as primeiras no regime de partilha?, disse ao participar de audiência pública no Senado.A expectativa do governo é que a definição sobre a distribuição dos royalties        do petróleo ocorra ainda este ano. A matéria aguarda votação na Câmara. A ideia é começar as licitações para exploração assim que a proposta for aprovada pelos parlamentares.O ministro disse também que o Código de Mineração está praticamente pronto para ser enviado ao Congresso. ?Ele está hoje no Palácio do Planalto. Será enviado seguramente ao Congresso neste primeiro semestre, mas quanto à votação este ano, eu não sei?, disse.O Código de Mineração poderá trazer alterações quanto aos royalties cobrados na atividade, além de limitações à atividade, que não poderá mais ser exercida por pessoa física.Só as notícias ruins continuam. Agora é a noticia de que só existe banheiro em 17 por cento das casas do Maranhão. Somos também o último do país nesse assunto. Sem saneamento aumentam as doenças e a mortalidade infantil, a má nutrição e outras mazelas mais. E vem a notícia de que o maranhense é o que tem a menor expectativa de vida do Brasil. Na média os homens só vivem até alcançar os sessenta e oito anos e as mulheres 72 anos. Isso se deve à péssima condição de vida dos maranhenses, a pior entre os estados brasileiros. Mais um legado cruel dos anos de domínio da família Sarney. Até nisso.

A presidente Dilma continua caindo nas pesquisas em um movimento persistente, continuado. Não é uma queda abrupta, mas é persistente, parece estar se consolidando uma tendência. E a queda é geral, pois é em todos os setores. O aumento de preços nos supermercados e a falta de boas notícias, os atrasos na implantação de todos os programas anunciados e as notícias muito negativas da Petrobrás vão aumentando o desejo de mudança. Agora são 62 por cento que querem mudanças sem Dilma. Ela ainda vence em primeiro turno com 39 por cento de intenção de votos, mas esse número diminui a cada pesquisa. O limite mínimo para que um governante no cargo tenha condições de ser eleito, conforme declarou o presidente do Data Folha em entrevista à revista Veja é de 34 por cento de aprovação do governo. Ele disse que abaixo desse número, nenhum governador ou presidente conseguiu vencer. E ela atingiu esse patamar mínimo de aprovação do governo segundo o Ibope e não poderá cair mais. E a pesquisa já mostra que a decepção com o governo de Dilma vai contaminando o ex-presidente Lula que caiu muito e colocado no lugar de Dilma também teve forte queda e fica em 42 por cento, apenas 3 por cento mais do que ela e também caindo sempre. O que parece é que o povo mão está querendo mais o jeito petista de governar e quer mudar.

E o pior, é que não há expectativa de nenhuma melhora neste ano e vem aí o risco que se tornou a realização da Copa do Mundo no país. Isso certamente é muito bom para Eduardo Campos e Aécio Neves, principalmente o primeiro que quase ninguém conhece. Eduardo virá nos dias 26 e 27 próximos ao Maranhão, mas não virá desta vez em São Luís. Irá a Balsas e Timon. Aécio deverá vir dia 9 de maio a São Luís.

Outra ameaça fortíssima a reeleição da presidente é o possível racionamento de energia elétrica. O ministro Edson Lobão, das Minas e Energia, responsável pelo setor não deve estar conseguindo dormir direito, principalmente porque ao que consta, o governo é o maior culpado se houver o racionamento. Vou explicar direitinho.

Trata-se de uma das maiores lambanças já realizadas no serviço público brasileiro. O consultor Mário Veiga, que tem uma das maiores e mais respeitadas consultorias de energia no mercado acha que é recomendável que o governo decrete racionamento a partir de maio. Ele sabe que isso não será feito e o risco é de que se chegue ao fim do ano com apenas 10 por cento de água nos reservatórios o que seria uma situação desesperadora e forçaria um racionamento mais drástico.

Ele falou também que o custo para o consumidor já chega a 50 bilhões de reais e o aumento da tarifa de energia para o consumidor será de no mínimo 12 por cento ao ano durante cinco anos, trazendo inflação, pois aumentam os custos de produção de todos os produtos, sem falar no aumento que forçosamente teremos da gasolina e do diesel, gás de cozinha, querosene, etc.

E porque o governo é culpado? Porque o ministro Lobão deve estar com dificuldades para dormir com esse pesadelo?

Primeiro segundo o consultor o governo era obrigado a fazer o leilão de energia em 2012 para que as empresas pudessem contratar toda a energia que tem que fornecer. Um grande número de contratos antigos venceram e as empresas distribuidoras ficaram sem contratos de fornecimento e tiveram que ir ao mercado aberto, muito caro, principalmente porque uma grande parte da energia gerada está vindo de termelétricas que produzem energia a preços muito mais altos. A maior participação das térmicas foi devido ao nível baixo dos reservatórios. O governo não fez os leilões para poder cumprir a promessa de redução do preço da energia que fez entre 2013 e 2014.

Isso desequilibrou financeiramente as empresas porque elas estão comprando energia a preços muito maiores do que podem cobrar dos consumidores. O governo para impedir que quebrassem, por sua culpa, teve que socorrê-las repassando 10 bilhões de reais, como empréstimos. Isso é mais do que a renda delas todas somadas. Uma loucura.

E porque os reservatórios estão quase secando, mesmo se o ano hidrológico for normal? Como então estão com pouca água? Será que para gerar energia estão gastando mais água do que o previsto? Mário Veiga indica outra causa.

Ele indica que o governo além de não investir na modernização e aumento da eficiência das atuais hidrelétricas também sequer fez análises para saber quanto de água realmente há nos reservatórios e qual a demanda deles. Ou seja, o que acontece é que o governo faz as contas como se o reservatório permanecesse o mesmo da época da construção não levando em conta o assoreamento das bacias por conta de grande quantidade de sedimentos que recebem dos rios tributários principalmente nas enchentes. Assim as bacias vão diminuindo a sua capacidade de armazenar água e o governo não sabe de quanta água dispõe de verdade. Assim quando o ano é ruim como neste ano a bacia fica vazia muito antes do que deveria.

Mário Veiga acha que seria mais prudente o governo começar a falar a palavra racionamento no próximo mês, mas sabe que o governo não fará. Isso aumenta a conta hidrológica e financeira que teremos pagar e poderemos chegar ao final do ano com cerca de 10 por cento de água nos reservatórios o que exigiria um racionamento como o que vimos em 2001, de péssima lembrança.

A situação é muito difícil e as medidas não foram tomadas na hora certa. Como sair dessa, Lobão?

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