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Imagem do corpo de DG mostra a marca de tiro que a perícia não viu

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O Globo – O jornal “Extra” publicou, nesta sexta-feira, uma foto que mostra uma marca de tiro nas costas do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG. Na imagem, DG está caído dentro de um beco na creche do Morro Pavão-Pavãozinho, local em que foi encontrado na terça-feira pela polícia. Não é possível ver o rosto do dançarino, e a perna esquerda dele está dobrada. O laudo preliminar do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, divulgado na própria terça-feira, apontou várias fraturas nas costelas e atestou que as escoriações de Douglas são compatíveis com morte por queda”, sem mencionar a perfuração por arma de fogo, visível na foto obtida pelo jornal. Nessa perícia, feita na Creche Escola Lar de Pierina, no Pavão-Pavãozinho, também foi constatado que havia um rastro de sangue entre o muro onde, supostamente, DG teria caído até o pátio da creche.

Ainda na terça-feira, Maria de Fátima da Silva, mãe de DG, contou que o corpo do filho estava cheio de marcas de botas, indicando que ele fora espancado.

— O corpo dele estava cheio de marcas de botas. As costas, todas arranhadas, e as paredes da creche, que são de chapisco, ensanguentadas. A UPP não protege ninguém. A gente vive num regime de arbitrariedade. A gente quer que quem fez isso com meu filho seja punido. O corpo só foi aparecer hoje (terça-feira) porque descobriram que mataram um trabalhador — disse Maria de Fátima na noite de terça-feira. Ela acrescentou que Douglas estava com R$ 800, que sumiram. Segundo ela, os documentos do rapaz, que não foram vistos junto ao corpo, apareceram apenas na delegacia, molhados.

Questionada pelo jornal “Extra” sobre um possível erro da perícia de local, a Polícia Civil afirmou, em nota, que, nesse primeiro momento, procura-se mexer o mínimo possível no cadáver e se verifica a cena do crime. Ainda de acordo com o comunicado, as feridas e a causa da morte são vistas na necropsia no Instituto Médico-Legal (IML), num segundo momento. A assessoria esclarece ainda que até o momento não foram encontrados sinais de espancamento no corpo de Douglas.

Na quarta-feira, no entanto, o delegado titular da 13ª DP (Ipanema), Gilberto da Cruz Ribeiro, revelou que DG tinha sido atingido por um tiro, que atravessou seu tórax e causou sua morte. A Polícia Civil confirmou também que, de acordo com laudo do IML, Douglas morreu devido a uma “hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar, proveniente de ferimento transfixante do tórax”. Segundo Gilberto Ribeiro, não foi encontrado nenhum projétil no corpo do dançarino, e nenhuma cápsula foi achada na creche no Pavãozinho.

O secretário de Segurança José Mariano Beltrame foi indagado sobre a diferença entre as duas perícias ao ser entrevistado no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo, na manhã desta quinta-feira. Beltrame prometeu rapidez, transparência e rigor na apuração da morte de Douglas. Caso fique comprovada a participação de policiais militares na morte do jovem, o secretário indicou que haverá punição:

— A perícia no local faz um relato breve, não movimenta cadáver. O exame do IML é que retifica ou ratifica o outro. Na minha concepção, foi prematura a atitude de quem falou que foi queda. Isso só poderia ser dito mediante laudo técnico. O laudo do IML vai esclarecer, não tenho dúvida. Acompanharei de perto. E, se necessário, vamos cortar na carne — afirmou Beltrame.

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