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Homenagem a Santa Inês‏

Larissa (3)

Por Larissa Tupinambá Castro

Hoje, 14 de março de 2013, minha querida Santa Inês completa 46 anos de emancipação política e eu não poderia deixar de lhe render homenagens.

Há mais de nove anos ingressei na magistratura, atravessei o mar de minha querida São Luís e aportei rumo a Pinheiro, mas em pouso rápido, logo encerrado por minha ida a Amarante do Maranhão. Até então, Santa Inês era parte da minha jornada em busca da Tocantina. Parar, esticar as pernas, abastecer e seguir.

Um pedaço de chão que, ainda não me tinha, somente ajudava-me a ir mais longe. Porém, já chamava minha atenção: “E nesse cenário, que enfeita a vida, parava e olhava Santa Inês. Comovida a contemplar. E no verde altar desta terra amada minh’alma nem sabia que apaixonada viria a se ajoelhar”.

Mas ainda não era daqui…

Voltei a atravessar as águas e lá em Guimarães fui parar um tempo bem menor, intervalo que jamais pensei viver. Porém, acrescentou muito a minha mania de querer aprender. Não pensem que apenas na magistratura. Não imaginem que apenas no entender jurídico. Saibam que, sobretudo no desvendar humano, na difícil e dolorosa indagação: o porquê dos homens se fazerem tanto mau.

Agora tinha duas lições, de dois tipos de viver: o povo das barrancas do Tocantins e o baixadeiro, idênticos, tal qual nós daqui, no desejo de serem fortes e buscarem um melhor norte.

Por lá aprendi. Muito! Entretanto, aula maior viria. Do derredor de tribos indígenas -Amarante- a um fórum com vista para o mar- Guimarães- minha vida andou.

Neste intervalo, Deus me ofertou o maior de todos os presentes: minha Ana Clara, mistura de hebraico e latim,“ a cheia de graça, brilhante e ilustre, com boa dose do sol de Santa Inês, portanto energia pura, podem acreditar.

Dias e noites se passaram e veio a batalha por Santa Inês, que disputei com um nobre magistrado e quis nosso Pai celestial, minha produtividade e o pleno do Tribunal de Justiça que eu nessas terras estivesse e estou.

Saí do vir para cá…cheguei ao estar aqui…

Dia 12 de novembro de 2008 comecei a judicar onde estou até hoje: 2ªvara da comarca de Santa Inês.

Dizem que o grande dilema do juiz é “estar sem fazer parte”. Difícil, pois o que passa sobre nossas mãos são expectativas, pois eu também as tinha.

Não cheguei para flertar com essa terra, vim para morar, trabalhar e edificar.

E agora, eu quero ficar! Sinto-me ludovicense e santa-inesense.

O amor de quem gera é grande e infinito, mas de quem adota também.

Sinto-me adotada…sou cidadã daqui…filha e por isso clamo: sejamos o melhor para esse chão, busquemos o melhor dos homens e mulheres de bem.

Eu creio ser possível, porque tenho fé na vida, fé nos homens, mas, sobretudo, porque tenho fé em Deus e Ele nunca desampara os puros de coração.

Rogo a todos que ingressem na difícil batalha para acabar com a banalização do horror que ainda nos ronda. Digo todos, pois é preciso lembrar que o Poder Judiciário não existe para si e sim para a sociedade e, como o povo desta amada cidade, alimento os melhores sonhos de justiça, sofro com as grandes dores das feridas e litígios humanos e cultivo a certeza de que não podemos desistir.

Parabéns, terra Santa do Vale do Pindaré; aguerrida e terna, combativa e suave, atrevida e doce, esperançosa e feliz. Um futuro promissor te aguarda!!!!

*Juíza da 2ª Vara da Comarca de Santa Inês

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