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Flávio Dino fala sobre escolha por Brandão e de processo em curso com oficialização da chapa em janeiro após reunião do colegiado

Em entrevista à revista Carta Capital, o governador Flávio Dino explicou os motivos que levaram à sua decisão pessoal de apoiar o vice-governador Carlos Brandão para sucedê-lo.

“Nós temos um processo em curso, houve a reunião com os treze partidos quando nós definimos um procedimento de consultas e eu realizei essas consultas com atores políticos, personagens, lideranças, prefeitos, deputados, partidos e foi a partir dessa aferição que eu constatei que o vice-governador Carlos Brandão reunia a agregação política necessária, exatamente o que tenho defendido no plano nacional, ou seja, uma frente que seja capaz de aglutinar, aglutinar os setores mais populares, os setores a esquerda, porém convergindo em torno do centro político a afim de vencer as eleições”, disse.

Dino confirmou que disputará o Senado e falou da reunião do dia 31 de janeiro para ouvir o colegiado de partidos e definir a chapa. “Eu diria que é uma movimentação coerente com o que tenho defendido no plano nacional e que terá sua conclusão nesta fase no dia 31 de janeiro quando haverá uma nova reunião dos partidos e, aí sim, teremos a provável oficialização da chapa que terá o meu apoio nas eleições de 2022 aqui no estado”, assinalou.

‘Não se faz sanduíche de pão com pão’

Em entrevista a CartaCapital nesta segunda-feira 6, Dino disse torcer pela concretização da entrada de Alckmin no PSB e da oficialização da chapa com Lula, a fim de derrotar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-juiz Sergio Moro no ano que vem.

“É positivo que nós consigamos agregar outros segmentos políticos. Isso sempre é bom. Eleições majoritárias sempre são decididas por frentes amplas. Você apenas escolhe o lugar onde ela estará: se do seu lado ou contra você”, afirmou Dino. “Se o Alckmin se somar ao nosso partido, acho muito positivo.”

Para além da análise geral, avalia Dino, o que pesa para que a decisão ainda não tenha sido tomada é “um fator subjetivo, pessoal” por parte de Alckmin, embora o tucano “tenha emitido sinais de que está seduzido a se integrar ao nosso campo político e ajudar a viabilizar uma alternativa nacional”.

Questionado sobre o avanço das negociações entre PT e PSB para a formação de uma chapa presidencial – independentemente da decisão de Alckmin -, o governador do Maranhão admitiu que a união entre as siglas “é a tendência mais forte e necessária”.

“O peso do PSB é muito alto. Então, acho que é mais do que justificável que essa força seja valorada. Se você já tem um candidato natural à Presidência no nosso campo, que é o Lula, é claro que você tem que fazer compensações nos estados em que o PSB tem seus projetos”, disse Dino. “Mesmo que o PT no estado A ou B seja força hegemônica, em nome da aliança nacional é justo pleitear concessões. Comportamento aliancista exige isso.”

Ciro tem chances de crescer

Flavio Dino não descarta uma ascensão do pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, nas pesquisas de intenção de voto, embora afirme que o lugar de Lula (PT) no 2º turno está praticamente assegurado.

Para Dino, que trocou recentemente o PCdoB pelo PSB, a entrada de Sergio Moro (Podemos) na disputa “é um complicador”, mas não necessariamente um fator decisivo.

“É precoce dizer que o Ciro não terá mais possibilidade de crescimento. Ele tem muitas virtudes, muitos talentos, conhecimento da realidade. É um grande orador, tanto em entrevistas quanto em debates e na rua. Ele tem atributos que Moro não tem”, avaliou Dino em entrevista a CartaCapital. “Creio que 80% da população ainda não sintonizou com precisão o cardápio disponível para 2022.”

O pessebista afirmou que as pesquisas de intenção de voto que apresentam Lula em 1º, Jair Bolsonaro em 2º e Moro em 3º mostram “a foto de hoje”.

“Quando chegar em julho ou agosto, a foto poderá ser outra, embora eu considere praticamente impossível que Lula esteja fora do 2º turno. O histórico das eleições mostra isso, desde 1989.”

Para Dino, Moro “mantém um patamar eleitoral razoável muito mais pelo fracasso de Bolsonaro do que propriamente pela herança do chamado lavajatismo”.

“O fracasso de Bolsonaro na gestão econômica, social e sanitária é que deixou esse espaço”, analisa o governador. “O Ciro estava tentando ocupar, agora o Moro, tem o [João] Doria, e eles vão tentar deslocar Bolsonaro do 2º turno.”

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