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Estadão: Roberto Rocha e dois terços dos senadores que buscam reeleição usaram orçamento secreto; maioria esconde destinação

Do Estadão – Nove dos 13 senadores que concorrem à reeleição neste ano indicaram verbas do orçamento secreto. As informações foram declaradas pelos congressistas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por determinação da ministra Rosa Weber. O teor dos documentos varia entre si. Há senadores que fazem menção às emendas e apresentam detalhes dos gastos públicos e há aqueles que se limitam a confirmar o recebimento sem especificar a destinação do dinheiro público.

A falta de transparência na indicação das chamadas emendas de relator, nome técnico do orçamento secreto – esquema revelado pelo Estadão -, faz com que os recursos sejam remanejados por meio de critérios políticos, em vez de técnicos. Além disso, não há publicidade dos atos.

Dos senadores beneficiados pelas emendas de relator, sete não especificaram valores ou destinação: Omar Aziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Wellington Fagundes (PL-MT), Romário (PL-RJ), Telmário Mota (PROS-RR) e Rose de Freitas (MDB-ES). Procurados, apenas Alcolumbre apresentou informações adicionais à reportagem.

Já Kátia Abreu (Progressistas-TO) e Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentaram ao STF detalhes do uso dos recursos públicos. Eles apadrinharam R$ 29,3 milhões e R$ 35,6 milhões, respectivamente, para redutos eleitorais, em 2020 e 2021. Roberto Rocha (PTB-MA) e Alexandre Silveira (PSD-MG), por sua vez, não responderam à solicitação de Pacheco após a ordem judicial de Rosa Weber. Outros dois senadores que disputam a reeleição — Dário Berger (PSB-SC) e Alvaro Dias (Podemos-PR) — declararam não ter feito indicação.

Nas redes sociais, senadores exploram a aplicação dos recursos. Para o professor de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV) Gustavo Fernandes, essas emendas favorecem interesses particulares dos políticos, “de curto prazo, relacionados à sustentação do governo”. “É o orçamento de acerto de contas e acertos políticos”, afirmou.

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