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Envolvidos fraude do Uniceuma podem responder por estelionato e formação de quadrilha

POR VALQUÍRIA FERREIRA (JP)

A fraude em notas de estudantes do Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma) está sendo investigada desde a semana passada, pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O delegado Breno Galdino, do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT), responsável pelo inquérito, acredita que mais de uma pessoa tenha participação na fraude e alertou que todos os envolvidos podem ser indiciados por estelionato e formação de quadrilha.

Segundo o delegado, mais de 650 alunos teriam sido beneficiados com a adulteração das notas, mas até ontem apenas cerca de 240 haviam sido confirmados pela direção do Uniceuma. O golpe consistia na alteração ou acréscimo de notas no sistema da instituição de ensino, para favorecer alunos de diversos cursos.

“Pelo número de alunos beneficiados, acreditamos na existência de mais de uma pessoa para a alteração das notas. Estamos no início das investigações, e é muito precoce apontarmos algum culpado”, contou Breno Galdino.

O delegado informou que a fraude no lançamento de notas foi denunciada, à polícia, pela própria reitoria do Uniceuma, que descobriu a situação durante uma auditoria realizada no mês de janeiro. De acordo com a polícia, cerca de 70% das alterações foram no curso de Odontologia, deixando ele em primeiro lugar na aplicação do golpe. A fraude também ocorreu em notas dos cursos de Direito, Fisioterapia, Engenharia de Produção, Farmácia, Sistema de Produção e Administração.

Breno Galdino disse ter ouvido cerca de 15 alunos (beneficiados com muitas alterações em notas), mas nenhum teria assumido conhecer a fraude ou ter contratado terceiros para isso. “Eles aparentavam estar nervosos, e se disseram surpresos com a adulteração das notas. Todos negaram ter ligação com o caso”, destacou, completando que cinco funcionários do setor de Informática do Uniceuma também haviam sido ouvidos.

Ele afirmou ainda que a Seic tem recebido algumas denúncias anônimas relatando como ocorriam as fraudes. Breno Galdino relatou que, em alguns casos, existem alunos que terminaram o curso em 2009, mas ficaram pendentes em uma disciplina, e sem retornar à sala de aula estão com notas boas no sistema. As alterações nos dados teriam iniciado em junho de 2011, e há casos de alunos que já teriam se formado, inclusive exercendo suas profissões. O delegado informou que os estudantes que tiverem confirmada a participação no crime vão responder por estelionato, e as pessoas que realizaram a fraude, por estelionato e formação de quadrilha.

Outro lado – Em nota, o reitor do Uniceuma, Marcos Barros, contou que a imagem da instituição, que tem 22 anos de serviços prestados à comunidade, precisa ser valorizada a todo custo. Marcos Barros afirmou que a instituição tem acompanhado e prestado apoio ao trabalho policial. A universidade submeterá os estudantes e as pessoas comprovadamente envolvidos na fraude ao Conselho de Ética da instituição. E que, nenhum estudante, foi punido formalmente e nenhum funcionário afastado.

“Precisamos ter certeza dos envolvimentos para procedermos às punições”, justificou. “O Uniceuma é uma instituição séria que tem como objetivo ter bons professores, bons alunos, que são maioria. Todos saem cada vez mais fortalecidos, pois sabem que terão um diploma cada vez mais valorizado pelo mercado de trabalho”, afirmou.

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