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Em áudio sobre “estancar” Lava Jato, José Sarney diz que tentaria chegar a Teori Zavascki

Sérgio Machado e José Sarney

Em maio do ano passado, gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foram divulgadas apontando um diálogo envolvendo o ex-senador José Sarney (PMDB). Em certo momento da conversa, Sarney fala a Machado sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, vítima de um acidente aéreo em Paraty-RJ nesta quinta-feira, 19.

Para estancar o avanço das investigações da Operação Lava Jato, José Sarney cita a proximidade do ministro do STJ César Rocha, seu amigo, com o ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato e, em seguida, diz que iria conversar com César para chegar até a Zavascki. O intento de Sarney foi frustrado, já que Teori era um “magistrado sério, correto e brilhante”, segundo palavras do próprio Sarney em nota de pesar divulgada nesta quinta-feira (19).

Em outro diálogo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) dissuadiu Sérgio Machado de “buscar alguém que tem ligação” com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. “Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém”, disse Machado. “Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara… Burocrata da… Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal de Justiça]”, afirmou Jucá.

Teori era o relator da Operação Lava Jato no STF, na qual Sarney, Machado, Jucá, Renan e outros são investigados. Nessa posição, o magistrado tinha o poder de homologar delações e ditar o ritmo dos processos sobre o esquema de corrupção que envolviam pessoas com foro privilegiado –ou seja, deputados, senadores e ministros.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado contou em delação premiada que o ex-senador José Sarney (PMDB) recebeu propina de contratos da Transpetro durante nove anos, no valor total de R$ 18,5 milhões. Desse montante, R$ 16 milhões foram recebidos em espécie.

Em maio de 2016, Teori homologou a delação de Machado, que tem, além de Sarney, menções a políticos de PMDB, PSDB, PP e PT.

Em junho do ano passado, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de prisão apresentado pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-senador José Sarney. Na avaliação do ministro do STF, não houve no pedido de prisão “a indicação de atos concretos e específicos” que demonstrassem a efetiva atuação de Sarney e outros peemedebistas para interferir nas investigações da Lava Jato.

Com a morte de Teori, caberá ao presidente Michel Temer indicar um novo ministro para o Supremo. O nome terá que ser aprovado pelo Senado, onde há 11 investigados na Lava Jato –entre eles Jucá.

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