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Edivaldo e Roseana: visões distintas do Legislativo

A governadora Roseana Sarney e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, iniciaram suas trajetórias políticas pelo Legislativo. A primeira como deputada federal e senadora da República. O segundo foi vereador de São Luís e deputado federal. Em tese, ambos sabem a importância do Legislativo.

A Carta Magna do nosso país estabelece que os poderes sejam independentes e harmônicos entre si. Porém, na concepção do mandonismo que se instalou por estas bandas, há cinco décadas, a prática salutar da democracia parece um fantasma a assombrar sua perpetuação no poder.

Roseana foi a grande ausência na sessão solene de reabertura oficial dos trabalhos da Assembleia

Talvez isto explique o desapreço da governadora Roseana Sarney para com o Legislativo. Curioso, uma vez que seu pai, senador José Sarney (PMDB-AP), há menos de uma semana, defendeu em prantos a adoção do parlamentarismo no Brasil.

No entanto, a prática da filha do senador Sarney é outra. Roseana Sarney está no terceiro ano, de seu quarto mandato de governadora – o terceiro via golpe judicial, segundo o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Francisco Rezek. E, pasmem, esteve na Assembleia Legislativa do Estado apenas para ser empossada no dia 1º de janeiro de 2011.

É práxis na política brasileira que a cada início de legislatura ou sessão legislativa o presidente da República, governador ou prefeito participe da abertura das atividades legislativas levando a mensagem governamental aos representantes do povo no Parlamento.

Mas, como no Maranhão tudo é diferente, não raro para pior, a Assembleia Legislativa começa mais uma sessão legislativa sem a presença da governadora. Poderia ser normal, não fosse por um detalhe: durante seu mandato Roseana Sarney não compareceu a nenhuma solenidade de abertura dos trabalhos legislativos. Foi assim em fevereiro de 2011, no ano passado e novamente este ano.

Nem mesmo quando convidada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Arnaldo Melo, para participar de eventos importantes da Casa do Povo, como o I Encontro dos Legisladores Municipais do Maranhão, Roseana Sarney prestigiou o Legislativo.

Tal atitude nos leva a crer que a governadora nutre profundo desapreço pelo poder Legislativo e, por conseguinte, à democracia representativa.

O prefeito Edivaldo Holanda Júnior convidou os vereadores de São Luís a apoiarem a administração municipal a trabalhar pela cidade durante a sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos de 2013. Foto: Maurício Alexandre

Basta lembrar que nos seus dois primeiros mandatos como governadora Roseana Sarney sequer atendia os deputados. Deixava essa tarefa para o primeiro-damo, Jorge Murad. Também naquele período extinguiu as emendas dos deputados estaduais ao orçamento do Estado, prática instituída no governo Lobão. Hiato só restaurado no governo Zé Reinaldo Tavares.

Talvez isto explique a esquizofrenia da base de apoio ao governo na Assembleia, que se diluiu em nada menos que seis blocos, algo nunca antes visto no Estado.

Mas, se a governadora Roseana Sarney é adepta da velha política do quero, posso e mando, o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, deu demonstrações da mudança deste paradigma político. Responsável por implantar em apenas um mês de governo um novo estilo de gestão com foco em metas e resultados, o jovem prefeito sabe a exalta importância do Legislativo para o município.

Ao contrário do gesto descortês e deselegante da governadora, Edivaldo fez questão de prestigiar o início da nova legislatura na Câmara de Vereadores de São Luís. E o fez com a certeza de que só a partir da harmonia e independência entre os poderes poderá viabilizar o pacto que defende para resgatar São Luís do caos em que a cidade está submersa.

A postura estadista de Edivaldo Holanda Júnior dá a exata dimensão da distância que separa a visão de sua geração com a prática arcaica adotada pela chefe maior do Executivo Estadual. Um choque de gerações e de ideias. O Maranhão, a partir de São Luís, começa a dar passos seguros para superar o atraso e a mesquinhez política.

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