“É preciso deixar de lado diferenças mesquinhas pensando no futuro do Brasil”, defende Márcio Jerry
“Fé! Uma Frente da Esperança para resgatar o Brasil”
“Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será”
‘Sementes do Amanhã’
Gonzaguinha, 1984
Nas batalhas que travamos dia a dia, por vezes somos tomados pelo desânimo. É a sobrecarga cotidiana que junta os afazeres domésticos redobrados, a solidão do isolamento social com home office ou da ida diária ao trabalho em condições nem sempre seguras, voltando todo dia com a dúvida de ter sido contaminado na busca pela sobrevivência. Enquanto isso, nossos filhos privados da possibilidade plena do ensino que deveriam ter.
Essa rotina acumulada há 12 meses, sem a perspectiva de melhora sensível no horizonte, gera o desalento que vem tomando corações e mentes. É o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já batizou de “fadiga pandêmica”. Associado a esse cansaço, temos a insegurança em relação à possibilidade de recuperação da economia, abalroada pelas restrições necessárias para enfrentar a pandemia.
O desânimo e a insegurança viram raiva cívica, indignação, quando olhamos para a autoridade máxima do país. É quem deveria trabalhar diariamente para buscar soluções que atendam as necessidades ambulatoriais e vacinais para que saiamos do caos sanitário. E oferecer políticas que minorem o impacto pandêmico na economia e apontem saídas para uma recuperação a médio prazo, com auxílio emergencial a trabalhadores e financiamento a empresários, especialmente os micro, pequenos e médios.
Essa mesma autoridade, que deveria ser nosso líder neste momento, atua como anti-líder. zomba e ri do sofrimento de quase 300 mil famílias brasileiras que perderam seus entes. Lava a mão diante da responsabilidade de apoiar milhões de brasileiros na busca por emprego e renda. Atua criminosamente para adiar a vacinação da população para que possamos superar a pandemia.
As justas raiva e indignação diante do descaso do presidente genocida precisam converter-se agora em FÉ. É essa convicção de que temos todas as condições para ter um país melhor diante da pandemia que converte esses sentimentos numa energia mobilizadora para a mudança.
Já há um sopro de esperança no ar. Ele está na articulação de artistas e jogadores para enviar oxigênio a Manaus, superando a logística ilógica do desgoverno Bolsonaro. Está na mobilização que tomou as redes em defesa do youtuber Felipe Neto contra uma ação com aspirações ditatoriais de seu filho. Está na voz límpida e poderosa de Teresa Cristina que cantou ao final de sua entrevista ao Roda Viva a canção De volta ao começo, de Gonzaguinha, conclamando as principais lideranças nacionais políticas de esquerda à unidade.
É um sopro de esperança que percorre a sociedade que, se organizado politicamente, pode virar vendaval de esperança. Para isso, precisam se unir todos os que acreditam que o Brasil é maior que esse monstro genocida. Que o Brasil pode se erguer e voltar a ser o país admirado pelo mundo por tentar superar suas próprias mazelas incluindo a todos.
Para isso, é preciso deixar de lado diferenças mesquinhas pensando no futuro do Brasil. É preciso pensar com grandeza. Com a grandeza que levou o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, do DEM arqui-inimigo do PT, a saudar a recuperação dos direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É preciso ter esperança. Não uma esperança etérea e ingênua. Mas uma esperança metódica na construção do caminho para sairmos do atual caos. E uma esperança generosa com os diferentes que se somam a nós nessa caminhada. Com generosidade e método, a esperança vencerá os tempos sombrios de agora!
Por Márcio Jerry
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