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Dois meses após reinauguração, terminal do aeroporto de SL ainda está em obras

POR JULLY CAMILO e OSWALDO VIVIANI (JP)

Reaberto há dois meses, após uma reforma que durou um ano e quatro meses – e custou R$ 13,2 milhões –, o Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís, ainda apresenta problemas que causam transtornos a usuários e comerciantes. O terminal exibe o piso quebrado em alguns lugares, muitas lojas fechadas e apenas uma modesta lanchonete para atender os frequentadores – não há restaurante. O ar-condicionado também não cumpre sua função porque a falta de forro no teto não permite que a temperatura ambiente fique fria.

As obras também não chegaram ao fim, e o barulho segue incomodando os usuários. Sem contar os trabalhadores que caminham de um lado a outro, em meio aos passageiros – e até mesmo dos clientes da lanchonete –, carregando estruturas utilizadas nas obras, que ainda estão sendo realizadas no telhado e no entorno do aeroporto.

Para a aposentada Célia Ribeiro, de 68 anos – uma maranhense que frequentemente vai a Brasília, onde moram a filha e os netos –, o saguão do aeroporto de São Luís deveria ser um local tranquilo e agradável, mas não é isso o que acontece.

‘Foi criada, por exemplo, uma expectativa tremenda em relação à instalação do ar-condicionado, mas infelizmente tudo não passou de propaganda enganosa. Na área interna, o calor continua. Outro incômodo que me dá nos nervos é esse barulho ininterrupto de máquinas, como se fossem furadeiras, no telhado do aeroporto’, disse Célia.

O técnico em eletrônica Marcos Rezende, 39, natural de Recife, disse que ‘é lamentável terem inaugurado o aeroporto sem que as obras tivessem sido totalmente concluídas’.

Para ele, não há muitas opções de distração para quem aguarda pelo momento do embarque. ‘Aqui no saguão só há uma revistaria, uma lanchonete e uma loja de artesanato. É inadmissível que um aeroporto de uma capital como São Luís não tenha ao menos um restaurante’, afirmou Marcos.

Os comerciantes instalados no aeroporto, apesar de demonstrarem insatisfação com as mudanças, preferem não falar muito sobre o assunto.

O gerente da Lanchonete Palheta, Guilherme Lobo, explicou que não tinha autorização para dar detalhes sobre o faturamento do estabelecimento, mas informou que ‘as vendas não estão altas’.

Outra comerciante, que preferiu não ser identificada, disse que a falta de atrativos no terminal não desperta a curiosidade dos clientes, e isso compromete o faturamento dos comerciantes.

‘Aerotenda’ – O aeroporto de São Luís teve suas áreas de embarque e desembarque interditadas em 19 de março do mesmo ano, após a constatação de rachaduras na cobertura do terminal. As obras começaram em abril de 2011, sendo que o terminal foi transferido para tendas improvisadas, instaladas ao lado do saguão em reforma. Era o único aeroporto do país com esse tipo de improvisação, e logo foi chamado jocosamente, por usuários, de ‘Aerotenda’.

O prazo para conclusão das obras, previsto inicialmente para agosto de 2011, foi adiado por quatro vezes, sendo cumprido apenas no dia 27 de agosto deste ano. Já no dia da reinauguração, notou-se que as obras estavam inacabadas, e a reabertura deu-se apenas para cumprir o prazo final determinado pela Justiça Federal e evitar o pagamento de uma multa diária de R$ 60 mil.

O Ministério Público Federal realizou uma vistoria, dias após a reabertura do terminal, e em seguida pediu à Justiça Federal que determinasse à Infraero que cobrasse da EP Engenharia – empresa responsável pelas obras – o pagamento de multas pelos atrasos anteriores. Não há informações sobre se a determinação judicial foi cumprida ou não.

Outro lado – A Assessoria de Imprensa do escritório da Infraero no aeroporto de São Luís informou ao JP que qualquer questionamento sobre a situação do aeroporto deve ser encaminhado por escrito ao escritório central da empresa, em Brasília.

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