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Dino reúne secretários e pede ‘vida normal’ apesar de anúncio de Lewandowski

De saída do governo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, reuniu todo seu secretariado e pediu “vida normal” após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmar que Ricardo Lewandowski vai assumir a pasta em 1º de fevereiro. Também participaram os diretores-gerais da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando de Souza.

Dino tenta motivar seus auxiliares a seguirem trabalhando normalmente, para evitar um “vácuo” no Ministério da Justiça ao longo dos próximos 20 dias, apesar das sinalizações de que Lewandowski fará mudanças na equipe montada pelo futuro magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF).

Lula deu carta branca a Lewandowski para montar seu time, o que deflagrou um clima de insegurança, especialmente, na “República do Maranhão” — isto é, a equipe trazida por Flávio Dino de seu Estado natal e que não tem trânsito junto ao entorno do ex-magistrado.

É o caso do secretário executivo Ricardo Cappelli, que comandava a Comunicação do governo do Maranhão, e do diretor-geral da PRF, ex-superintendente da força no Estado. Como mostrou a colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, Cappelli deve deixar o governo Lula.

O ex-adjunto de Cappelli, Diego Galdino, ex-chefe da Casa Civil maranhense, já foi exonerado do cargo nesta quinta-feira, dia da confirmação de Lewandowski.

Planalto ‘libera’ Lewandowski de contemplar PSB

Anunciado pelo presidente Lula como novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski começou a sondar nomes para compor sua equipe. Entre os profissionais cobiçados para ocupar cargos estratégicos na pasta estão advogados, juízes e profissionais de carreira do Supremo Tribunal Federal (STF), onde Lewandowski foi ministro por 17 anos. Ele só assumirá o comando da pasta no dia 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino continuará no cargo.

De acordo com auxiliares de Lula, o Planalto já fez chegar ao novo ministro que ele não precisa se preocupar em contemplar o PSB na montagem da equipe. Atualmente, a sigla ocupa quatro das nove secretarias da pasta. O entendimento é que Dino não havia sido escolhido por questões partidárias e sim por causa de sua relação pessoal com o presidente — o ministério, portanto, não era cota do PSB. Lula pediu a Lewandowski que preservasse no cargo apenas o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Sobre os demais, deu autonomia para a troca.

Lewandowski tem intenção de trocar os cargos-chave dos ministérios. Integrantes do governo afirmam que o ministro não terá pressa para escolher e que deve usar todo o prazo até a posse, em 1º de fevereiro, para definir a equipe.

Cappelli recebe aceno de Eduardo Paes

O atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou, nesta quarta-feira (11), que sairá de férias com a família e negou que tenha pedido demissão da pasta. A declaração, feita nas redes sociais, ocorreu no mesmo dia em que o presidente Lula (PT) anunciou o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski como o novo titular da pasta.

A intenção do secretário é ficar fora entre os dias 15 a 27 de janeiro e voltar a Brasília para os dias finais da transição. Segundo Lula, o futuro ministro será formalmente indicado no dia 19 e tomará posse em 1º de fevereiro.

“Não pedi demissão. Vou sair de férias com a minha família e voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça e Segurança Pública. União e Reconstrução”, escreveu.

Auxiliares de Lula dizem que a tendência é que o secretário deixe o governo após esse período.

Uma das hipóteses levantadas sobre o futuro de Cappelli é a de que ele passe a integrar a equipe do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Procurado, Paes afirmou que a informação procede, mas não detalhou qual cargo considera oferecer a Cappelli. Tampouco informou se já realizou o convite.

O ministro Flávio Dino —que deixa a Esplanada para assumir uma vaga no STF— tentou interceder por Cappelli em diferentes ocasiões, na esperança de alça-lo ao comando da pasta ou ao menos mantê-lo na Secretaria-Executiva. A última investida de Dino em defesa do aliado ocorreu na reunião na noite de quarta-feira (10) no Palácio da Alvorada, com Lula e Lewandowski presentes.

O argumento usado por Dino foi o de que Cappelli desempenhou papel importante na resposta aos ataques do 8 de janeiro e tem conhecimento do funcionamento interno do ministério.

Lewandowski, no entanto, reiterou o desejo de contar com uma pessoa de sua confiança no segundo posto mais importante da pasta.

Cappelli chegou a ser cogitado para assumir a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). O número 2 de Dino, no entanto, disse a interlocutores não ter interesse em ficar numa função desidratada.

Ele ainda avisou a aliados que não aceitaria um convite que representasse um rebaixamento hierárquico.

O nome de Cappelli passou a circular até mesmo para algum cargo no Ministério da Defesa ou em outros postos da administração pública federal, mas rapidamente as opções foram descartadas.

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