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Dino: “Bolsonaro só pensa em reeleição”

Potencial candidato a presidente da República em 2022, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou a condenação do ex-juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do triplex em Guarujá (SP).

“Nós não tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de análise. Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e ideológicas. Imagina um árbitro de futebol que vai confraternizar com o time vencedor após a partida”, disse o chefe do Executivo maranhense durante entrevista com o jornalista Marco Antonio Villa.

De acordo com o governador, ex-juiz federal, Moro “conduziu um processo de modo muito destoante das regras jurídicas” e “contaminou” outras instâncias. “O TRF-4, no qual eu conheço pessoalmente todos os personagens porque fui juiz federal, infelizmente também foi contaminado pelo chamado ‘direito excepcional’ do processo penal do espetáculo. O processo do triplex é altamente contaminado. Analisei ele página por página”, continuou.

Flávio Dino ainda considerou os governos Lula e Dilma como um “ciclo de muitas vitórias”. “Esse ciclo que nós conduzimos, nós participamos. O meu partido participou. Eu participei pessoalmente como deputado federal no primeiro governo Dilma. Foi um ciclo de muitas virtudes, muitas vitórias, muitos méritos. Conjugamos democracia política, crescimento econômico e distribuição de renda”, disse.

“O ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma fizeram muita coisa. Talvez tenha faltado mostrar tudo que foi feito e isso resultou nessa concepção errada de que esses governos tenham sido tolerantes com a corrupção e isso resultou no fortalecimento da extrema-direita”, acrescentou.

Eleições

Ao comentar sobre as eleições de 2022, o governador afirmou que vê um cenário “menos fragmentado que o das eleições municipais desse ano”. “Não acho que teremos candidatura única, nem no campo da esquerda nem no campo da direita. Eu acho que na direita você tem o Bolsonaro – que só pensa em reeleição – e segmentos de ‘centro-direita’. Acho que teremos dissidência”, disse.

“Do lado de cá acho que temos que agregar ao máximo, diminuir a conflituosidade e as arestas. Nossas arestas impediram união no segundo turno de 2018, facilitando a vitória de Bolsonaro. Espero que, caso não haja uma candidatura única, que a gente consiga um diálogo que permita uma união no segundo turno que permita que consigamos vencer as eleições”, acrescentou.

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