Fechar
Buscar no Site

Dilma é hostilizada por torcida em estreia do Brasil

622_235f7d63-1ee7-3f84-8b0e-b2248a7571aa

Ricardo Perrone e Rodrigo Mattos
Do UOL, em São Paulo

Todo um esquema foi feito para proteger a presidente da República, Dilma Roussef, da hostilidade da torcida na abertura da Copa-2014. Mas a beligerância do público em relação a política só aumentou quando ela foi exposta pela TV da Fifa no telão do Itaquerão após o gol de Neymar que deu a virada ao Brasil.

“Ei, Dilma, vai tomar no c…”, gritaram torcedores pouco antes do início da partida entre Brasil e Croácia que abre o Mundial.

Xingamentos contra a presidente foram ouvidos em dois momentos antes da partida: após a chegada de Dilma ao estádio e após a execução do hino nacional, já a poucos minutos do início do jogo. No segundo tempo, Dilma foi xingada mais duas vezes. Os gritos com palavrões começaram na área VIP e se espalharam por outras partes das arquibancadas da Arena Corinthians.

O som tomou conta do estádio. E aos 30 minutos, mais aliviada com o gol que acabara de sair, a torcida voltou a hostilizar a presidenta: “Ei, Dilma, vai tomar no c…” foi o grito que ecoou pela arena.

De início, a presidente já decidiu não discursar. Depois, não foi nem declarar aberta a Copa-2014 como é procedimento comum em todos os países-sede. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também desistiu de falar. Foram substituídos por pombos para evitar a vaia ocorrida na Copa das Confederações.

Blindagem

A proteção à presidente continuou a ser feita pela própria TV da Fifa, de início. A HBS (Host Broadcast System) evitou imagens dela e de Blatter antes do início da partida. Ainda assim, a torcida do setor Norte, arquibancadas superiores e inferiores, começou a xingá-la logo após uma homenagem aos operários mortos.

A presidente estava recolhida na segunda fileira de seu camarote, onde era difícil a torcida vê-la. Outros líderes como o presidente da Bolívia, Evo Morales, estavam debruçados na divisória de vidro para assistir à festa da torcida. Ainda assim, a torcida voltou a hostilizá-la no primeiro tempo, mas nada de imagens delas mostradas no telão até então.

Só que, quando Neymar fez o gol da virada em pênalti mal marcado a TV da Fifa exibiu a imagem da presidente festejando. A torcida, que comemorava, voltou a xingar Dilma. Fato que se repetiu ao final do jogo.

Antes e depois, escondida do público, a presidente tentava se popularizar ao reforçar conexão com a seleção brasileira. Mandou carta na véspera para o time, e se esforçou nas redes sociais com mensagens para Neymar e Felipão. Também havia imagens dela, divulgadas pelo planalto, com o secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, e com Blatter. Mas, pelo menos para o público do estádio, não adiantou essa face boleira.

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens