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A derrota de Sarney

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Editorial do JP

Sempre foi a saída preferencial dos derrotados mistificar os resultados eleitorais com discursos, cálculos e prognósticos fora da realidade. A oposição sarneisista, com base em resultados como os de Imperatriz e Bacabal, nos quais os candidatos do governo saíram derrotados, tenta escondera acachapante derrota do grupo Sarney. Ora, o PCdoB, partido do governador, saltou de 16 para 46 prefeitos e os partidos que enfrentaram o PMDB de Sarney & Cia, elegeram 150 dos 217 prefeitos do Estado. Os candidatos dos Sarney na capital, São Luís, foram todos derrotados. O candidato do PMDB, Fábio Câmara, não obteve sequer 4% dos votos e o PCdoB é hoje o partido mais forte do Maranhão.

Embora seja preciso registrar que a situação política do país, somando-se aí o caos econômico e as denúncias de corrupção, pesou contra muitas reeleições pretendidas, no Maranhão reafirma-se a hegemonia eleitoral das forças que derrotaram o grupo Sarney em 2014. Flávio Dino se firma como uma liderança assentada num projeto político completamente novo e inusitado para um estado que viveu meio século sob o tacão de um regime sustentado no abuso de poder econômico, na fraude, no superfaturamento de obras e pecados outros ainda mais graves, como a agiotagem que arrasou economicamente inúmeros municípios do Estado.

O deputado Othelino Neto citou o exemplo do Partido Verde, espécie de sustentáculo eleitoral permanente do deputado federal Sarney Filho. Conforme Othelino, o PV foi praticamente extinto do mapa eleitoral do Maranhão. O PMDB foi cortado ao meio pelo eleitor. Elegeu 47 prefeitos em 2012 e saiu dessas eleições com apenas 23. E o até então maior líder político de Coroatá, Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney, perdeu em seu município para um garoto de apenas 22 anos, Luís da Amovelar Filho.

São indicativos de que o eleitor maranhense decretou, definitivamente, o fim da era Sarney, como frisou o próprio governador Flávio Dino. Uma era lamentável, sustentada numa política subterrânea de privilégios que arrasou a agricultura no Estado, patrocinou a insegurança pública, tratou com desrespeito e crueldade o magistério e cuidou muito mais de seus próprios negócios que dos negócios de Estado.O povo maranhense, assim como o brasileiro, quis derrotar a corrupção. Por isso, derrotou Sarney, seus herdeiros, correligionários e apaniguados.

A derrota revela a opção dos maranhenses por esse novo modelo de gestão pública que privilegia a justiça social e aplica com honestidade e transparência os recursos dos estados e da Nação.

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