‘Roseana e seus doadores não suportam um sopro”, disse Tavares, ao desafiar parlamentares sarneisistas a acompanhar obras realizadas por empresas que doaram à governadora Roseana Sarney.

O deputado Marcelo Tavares (PSB) deixou os deputados governistas mudos ao propor, nesta segunda-feira, que o deputado Roberto Costa (PMDB) modificasse requerimento, em que pede a formação de uma Comissão Especial para investigar casos de trabalhadores maranhenses escravizados, e incluísse também proposta de visita às obras das empresas que doaram à governadora Roseana Sarney e não executaram as obras.

“Na campanha de Roseana, tem dinheiro público à medida que as doações foram feitas e as empresas meramente repassaram para a campanha da governadora, em uma clara simulação de doação. As obras foram abandonadas. Como a campanha da governadora Roseana e seus doadores não suportam um sopro, ele [Roberto Costa] vai negar o aditamento a esse requerimento. Eu duvido que a base do Governo aprove”, desafiou o deputado oposicionista.

Empresas que doaram para a campanha de Roseana Sarney em 2010 já receberam mais de R$ 618 milhões dos cofres públicos.

Ao condenar o requerimento de Costa como politiqueiro, que que na verdade atingir o presidente da Embratur, Flávio Dino tentando relacioná-lo com o trabalho escravo, Tavares disse que é mais fácil fazer essa verificação em torno dos doadores da campanha da governadora Roseana Sarney do que o contrário.

Roberto Costa esquivou-se de apurar denúncias contra o Governo do Estado

“Nós podemos amanhã mesmo até o hospital Pam Diamante, que tem como construtora uma das empresas que pegou o dinheiro em um dia, do Estado e poucos dias depois botou na conta da governadora Roseana Sarney. Aquele esqueleto é incompetência que já foi pago duas vezes e, até hoje, não terminaram a obra do hospital. Vamos lá e ver por que o dinheiro não deu para acabar a obra e porque que o dinheiro caiu foi na conta da campanha da governadora Roseana”.

A maioria das empresas que foram doadoras de Roseana e foram muito beneficiadas com contratos com o Governo do Estado são ligadas à construção civil. Uma delas, a JNS Canaã, ficou responsável por construir uma parte dos 72 hospitais do programa “Saúde é Vida”, mas logo após as eleições entrou em falência.

Em tom irônico, Marcelo disse ainda que os deputados governistas ficaram calados no caso das 25 pessoas que estavam trabalhando, em condições de regime escravo, no arraial do governo do Estado. Eles foram encontrados em condições sub-humanas na construção do Arraial da Lagoa (principal programação oficial de São João do governo do Estado).

O deputado Roberto Costa e dos demais da base do grupo Sarney tiveram que ficar calado diante da proposta em forma de denúncia feita pela oposição.