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Crise no Maranhão eleva pressão por candidatura forte do PMDB

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Por Nivaldo Souza – iG Brasília

Partido tenta buscar uma maneira de convencer Edison Lobão a disputar, mas ministro tenta colocar o filho como sucessor de Roseana Sarney; governadora resiste e mantém apoio a aliado da família próximo a ela

A repercussão da crise no sistema prisional do Maranhão – especialmente a decapitação de presos em Pedrinhas -, levou o PMDB nacional a pensar em alternativas para a sucessão da governadora Roseana Sarney. O partido começou a discutir informalmente uma maneira de convencer o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) a se lançar candidato à sucessão da governadora Roseana Sarney.

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A avaliação de peemedebistas graduados é de que Lobão é “muito forte”, conforme relato de um cacique do partido. A “força” em questão está no fato de Lobão, que já governou o Estado entre 1991 e 1994, ser um nome difícil de o ex-presidente José Sarney recusar caso se imponha. Isso porque o candidato ungido por Sarney não decolou nas pesquisas.

O candidato oficial do clã Sarney é Luís Fernando Silva, atual secretário da Casa Civil de Roseana. Embora tenha sido prefeito de São José de Ribamar, uma das quatro cidades da Ilha de São Luís que compõem a região metropolitana da capital maranhense, Silva não tem deslanchado nas pesquisas. Ele aparece atrás dos pré-candidatos Flávio Dino (PCdoB) e Eliziane Gama (PPS), que conta com apoio da ex-senadora Marina Silva.

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A dificuldade de Silva em decolar nas pesquisas já era uma luz amarela que a direção nacional do PMDB vinha observando. Mas a direção começou a ficar preocupada depois crise na segurança pública, fortalecendo o nome de Lobão.

O impasse, contudo, é que Lobão não quer ser candidato. Atualmente com 77 anos, o ministro pretende trabalhar pela candidatura do senador Edison Lobão Filho, que tem aproveitado a crise local para ganhar espaço na mídia. O PMDB não descarta apoiar Lobão Filho, mas somente depois de ter em mãos algumas pesquisas sobre a capacidade de transferência de votos do Lobão pai.

Candidatura petista

O nome de Lobão ganha mais força em meio ao risco maior de a crise de segurança afastar o PT da aliança com o PMDB no Maranhão. A nova direção local do partido do ex-presidente Lula vinha forçando para sair da chapa peemedebista para apoiar Dino. A crise deu força para a tendência pró-ruptura, o que passou a ser visto como um risco por dirigentes nacionais do PMDB.

O apoio do PT à sucessão de Roseana já gerou desentendimento entre dirigentes dos partidos. Em reunião realizada em novembro entre as cúpulas das legendas na Granja do Torto, residência de campo da Presidência da República, em Brasília, o quadro no Maranhão foi discutido pela presidente Dilma Rousseff, Lula e Sarney. Após o encontro, o presidente peemedebista Valdir Raupp (RO) saiu afirmando que“o Maranhão foi resolvido” – em referência ao impasse de parte do PT apoiar Dino.

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O presidente do PT, Rui Falcão, desmentiu Raupp alguns dias depois ao afirmar que “não há nada definido”. Em 2013, Falcão defendeu que o PT apoiasse Dino para o governo e Roseana para o Senado. Mas a proposta foi recusada por Lula, que teria acertado com Sarney manter o PT na aliança com o PMDB.

A alternativa menos danosa para evitar uma ruptura total com o clã Sarney em estudo é o PT ter um candidato próprio. Nesse caso, o partido escolheria um nome sem muita expressão ou risco ao jogo planejado por Sarney. Com isso, o PT tentaria reduzir a perda de imagem de estar totalmente associado aos Sarney e à crise de segurança.

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