Do blog do JM Cunha Santos

Escreve-se assim mesmo e pronuncia-se sanguê dubuá que não vamos permitir que nossos governantes bebam vinhos que não sejam de origem francesa, chilena ou sarracena. Não vamos nem imaginar nossa governadora com um copo de Sain’t Brazê nas mãos brindando com visitantes do porte de um Barack Obama. Pega mal para a hospitalidade maranhense.

O fato é que a discussão em torno do projeto do deputado Marcelo Tavares proibindo a aquisição de bebidas alcoólicas pelo governo do Estado tem provocado as mais inesperadas reações. De surpresa, estupefação, inveja e preocupação. Afinal de contas, segundo o parlamentar, R$ 300 mil de cachaça são consumidos por ano na residência oficial da governadora e na vice-governadoria. São uísques, vinhos, espumantes, champagnes especiais cultivados nos mais famosos vinhedos do mundo.

E olha que essas bebidas, com tira-gosto de macaxeira, conforme servida no lançamento da pré-candidatura do deputado Bira do Pindaré, são simplesmente irresistíveis.

Nos meios jornalísticos a preocupação não é menor. Sabendo-se que o Brasil é o maior produtor e consumidor de aguardente do mundo, as chances de jornalistas beberem vinhos de R$ 600 a garrafa são muito remotas. Só mesmo em eventos oficiais do Palácio.

Mas a água que pinga fogo, o elixir da loucura, a garapa do cão é capaz de provocar delírios fantásticos. Com tanta bebida alcoólica no Palácio dos Leões, não é de admirar que Washington Oliveira acredite que será prefeito de São Luís. E queira Deus não sejam esses porres oficiais homéricos os responsáveis pelo fechamento de escolas no estado. Fechar escolas é coisa de doidos ou de bêbados.

Deve ser também por isso que vira e mexe o vice-governador aparece com um braço quebrado. É só lembrar os versos do anedotário popular: ‘Cachaça giribita, feita do pau do capucho, tu bate comigo no chão e eu bato contigo no bucho’. In vino veritas!