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Com mais 84 homicídios em outubro, ano já soma 850 assassinatos na Ilha

VIOLÊNCIA CRESCENTE

Em relação a setembro, houve três homicídios a mais no mês passado; média foi de 2,6 crimes de morte por dia

Das 84 vítimas de outubro na Grande Ilha, 33 (quase 40%) eram jovens entre 14 e 24 anos

OSWALDO VIVIANI

O assassinato de Brunno Matos foi o crime que mais repercutiu em outubro|divulgação

Em outubro, foram registrados 84 assassinatos na Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa) – três a mais do que no mês de setembro. A média foi de 2,6 homicídios por dia. Até 31 de outubro, o ano já contabiliza 850 assassinatos – apenas 133 crimes de morte a menos do que em todo o ano passado, que teve 983 homicídios.

Das 84 vítimas de outubro, 33 (39,4%) eram jovens entre 14 e 24 anos.

A vítima mais jovem – Olielson Trindade Pinheiro, de 14 anos – foi morta a tiros no Aracagi (São José de Ribamar) na manhã de 19 de outubro.

Outro adolescente, identificado como Matheus Silva Aragão, 15 anos, foi espancado até a morte no Jardim Tropical (também em Ribamar), no dia 6.

Foi registrado, ainda, em outubro, um linchamento no Paranã (Paço do Lumiar). Populares mataram a pauladas e pedradas Herik Bruno Conceição Pereira, 25, no dia 6, após este ter invadido uma residência para cometer um assalto e ter estuprado a dona da casa na frente dos filhos.

A maior parte dos crimes de outubro – 75 registros – foi cometida com armas de fogo. Homicídios com o uso de armas brancas somaram 11 casos e com a utilização de outros meios (enforcamento, paulada etc.) foram 8 registros.

Jamerson Augusto, 25 anos, foi morto a tiros na Vila Luizão, no dia 9|G.FERREIRA

Os bairros mais violentos da Grande Ilha em outubro foram Parque Jair (São José de Ribamar) e Vila Luizão (São Luís), ambos com o registro de três assassinatos.

Vêm a seguir, com dois homicídios cada, no mês, os bairros Cidade Olímpica, Fátima, Alemanha, João Paulo, Tajaçuaba, Vila dos Nobres e Coroadinho, em São Luís, e Vila Sarney Filho 2, em São José de Ribamar.

São Luís novamente aparece como o município da Grande Ilha com o maior registro de assassinatos: 61. A seguir, vêm São José de Ribamar (15 registros), Paço do Lumiar (7) e Raposa (1).

MAIOR REPERCUSSÃO – O crime de maior repercussão na Ilha, em outubro, foi o assassinato do assessor jurídico Brunno Eduardo Matos Soares, de 29 anos, que trabalhou na campanha de Roberto Rocha (PSB), eleito senador.

Brunno comemorava a vitória de seu candidato, na madrugada do dia 6, quando foi esfaqueado e morto, após uma confusão com vizinhos, no Olho d’Água.

O irmão de Brunno, Alexandre Matos Soares, 25, e um amigo da família, Kelvin Kim Shiyangue, 26, também foram esfaqueados, mas sobreviveram.

Após um mês de investigações, a polícia ainda não elucidou o caso. Duas pessoas estão presas – Carlos Humberto Marrão Filho, 38 (vizinho de Brunno), e João José Nascimento Gomes (vigia da rua onde ocorreu o crime).

O estudante Diego Polary (que morava na casa de Marrão), também é acusado de participação do crime, mas responde em liberdade.

MULHERES – Duas mulheres foram vítimas de homicídios em outubro.

Maria Antonia Sousa Campelo, de 40 anos, foi assassinada a tiros no dia 14, ao meio-dia, em seu bar, localizado no Parque Jair (São José de Ribamar). O ex-presidiário Maycon Sales Ribeiro, 25 anos, também foi morto no local. Os autores dos homicídios estavam em duas motos, nas quais fugiram.

Ana Paula Nascimento Machado, 27 anos, foi morta com um tiro no Coroadinho, na tarde do dia 18. O autor do crime foi seu companheiro, Anderson Sousa Silva Santos, 26, que fugiu após cometer o assassinato.

PEDRINHAS – Dois presos foram assassinados em outubro no sistema prisional maranhense – ambos em unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O número de homicídios nos presídios do estado neste ano já chega a 25 – dezessete em Pedrinhas, dois na CCPJ do Anil e seis em prisões do interior do estado.

Douglas Ferreira Coelho, 25 anos, foi encontrado enforcado, às 16h de 2 de outubro, na cela 18 do Pavilhão F-1, da Penitenciária de Pedrinhas (PP), uma das oito unidades do complexo. Ele também tinha sinais de espancamento.

Já Welisson Queiroz da Silva, 20, foi enforcado por outros presos na cela 7, Bloco D, da Casa de Detenção (Cadet), às 7h do dia 22.

4.295 ASSASSINATOS EM 5 ANOS E 10 MESES

De 2009 – quando o Jornal Pequeno começou a divulgar as estatísticas mensais de assassinatos na Grande São Luís – até o fim de outubro de 2014 ocorreram 4.295 homicídios nos quatro municípios que formam a Grande Ilha (557 em 2009; 586 em 2010; 603 em 2011; 716 em 2012; 983 em 2013; e 850 – até 31 de outubro de 2014).

ASSASSINATOS EM 2014 NA GRANDE ILHA

Janeiro: 100
Fevereiro: 80
Março: 91
Abril: 86
Maio: 78
Junho: 68
Julho: 84
Agosto: 98
Setembro: 81
Outubro: 84

Total parcial: 850

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