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Caso Marcelo Dino: Hospital deixou de aplicar tratamento prescrito por médica

Do blog do Pannunzio

O Hospital Santa Lúcia, de Brasília, contrariou a prescrição de uma médica intensivista e deixou de aplicar fisioterapia respiratória no paciente Marcelo Dino da Fonseca de Castro e Costa. Marcelo, internado no dia 13 do mês passado com uma crise aguda de asma, faleceu na madrugada seguinte, por volta das 5h00. Ele iria completar 14 de idade e era filho do presidente da EMBRATUR, Flávio Dino.

Prescrição Médica

A família acusa o hospital de omissão de socorro. Diz que no momento em que a crise se agravou não havia médicos para atendê-lo. A medicação e as doses aplicadas estão sendo investigadas pela Polícia Civil do Distrito Federal. Às suspeitas, agora, soma-se um novo elemento: o Santa Lúcia descumpriu a prescrição da médica Ana Karine de Lira, que recomendou a aplicação de sessões de fisioterapia respiratória a cada 8 horas.

Declaração do Hospital Santa Lúcia

A prescrição está expressa no prontuário do paciente (veja fac-simile no alto da página). A administração do Hospital Santa Lúcia chegou a informar que o procedimento foi atendido, mas voltou atrás diante dos desmentidos da família, que afirma não ter testemunhado nenhum sessão de fisioterapia. Em novo comunicado, a Coordenadora de Fisioterapia Maria Alice Melo Neves afirma que o assunto foi discutido pelos fisioterapeutas de plantão, que concluíram que “não havia indicação para iniciar o tratamento fisioterápico naquele memento” (ao lado).

“Ninguém morre de asma”, diz especialista.

A notícia de que um paciente havia morrido de asma dentro de uma unidade de terapia intensiva provocou espanto e incredculidade no universo acadêmico. O cirurgião pneumologista Rodrigo Afonso da Silva Sardenberg, um dos mais renomados especialistas brasileiros no assunto, disse ao Blog do Pannunzio que chegou a questionar se a causa da morte não estaria relacionada a outros problemas, como a ocorrência de um pneumotorax, por exemplo, que poderiam ter complicado o quado de Marcelo Dino.

De acordo com o especialista, “ninguém morre de asma nos dias de hoje porque existem várias técnicas, que vão da aplicação de inalantes, medicação endovenosa e, em casos extremos, à entubação do paciente”. O especialista afirma que nunca, em toda a sua vida profissional, ouviu falar de alguém que tenha falecido em situação semelhante.

O médico do Hospital Sírio Libanês de São Paulo assegura que a aplicação de fisioterapia respiratória é fundamental em casos graves para retirar a secreção dos pulmões e melhorar as condições de ventilação do organismo. “Se um médico prescreveu fisioterapia respiratória e ela não foi feita, é preciso haver uma justificativa por escrito do corpo clínico explicando a supressão do tratamento indicado”, diz ele.

O Blog do Pannunzio está em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Santa Lúcia para saber de quem foi a avaliação de que a prescrição não se aplicava, mas ainda não obteve resposta.

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