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Carnaval de corrupção

A família Sarney lucrou tanto com festas, festejos, folclore e carnaval, que não foi à toa que uma Operação da Polícia Federal, desencadeada no Maranhão para investigar Fernando Sarney, ganhou o apelido de ‘Operação Boi Barrica’. Sem contar a cooptação eleitoral de presidentes de uniões de moradores, amos de boi, presidentes de escolas de samba, blocos, quadrilhas, clubes de mãe, associações de futebol de areia e todo tipo de organização popular onde conseguiram estender seus tentáculos.

Carnaval fora de época, São João fora de época, Natal fora de época, fim de ano fora de época… de tudo inventaram para aumentar os lucros de empresas criadas exclusivamente para gestão financeira desonesta da diversidade cultural maranhense. Um exemplo crasso dessas bonificações culturais foi o São João Fora de Época, um deles financiado pela então Companhia Vale do Rio Doce e por outras empresas, que acontecia um mês inteiro no Convento das Mercês, mesmo espaço onde foi instalada a tal Fundação da Memória Republicana, também sustentada com dinheiro público. O evento tinha transmissão quase em tempo real da TV Mirante.

Já dá para imaginar onde iam parar os recursos de sua monumental publicidade.

Reclamam, agora, que o governo Flávio Dino gastou muito com o carnaval. Só que a família Dino não tem empresas, nem testas de ferro gerenciando financeiramente a cultura popular do Maranhão. Nem é dona de monopólios de comunicação que engolem verbas publicitárias. Pois é. Até em patrocínio de

Cacuriá e Dança Portuguesa, Bumba-boi, Quadrilha Junina (e não junina, segundo Alberto Youssef), esse pessoal conseguiu meter as mãos. Não estão moralmente autorizados, portanto, a condenar os benefícios do governo Flávio Dino ao carnaval maranhense.

Mas, talvez isso tudo não passe de uma tentativa de desviar a atenção dos inúmeros focos de corrupção localizados na gestão de Roseana Sarney, na medida em que os secretários do governo vão tomando conhecimento dos documentos cuidadosamente enlatados para maquiar desonestidades. Caso do Detran, já denunciado, em que os primeiros resultados de uma auditoria revelam um cenário de fraudes e superfaturamentos nos contratos e benefícios a conhecidos figurões do Estado. O rombo deve chegar a R$ 40 milhões. O fato é que os meninos de

Roseana promoveram um verdadeiro carnaval de ilegalidades nos cofres do Departamento Estadual de Trânsito.

Denúncia anterior mostrou o pomposo assalto promovido na Secretaria de Meio Ambiente durante a gestão da Sarney. Um golpe genial, pelo qual uma empresa ganhava uma licitação e, em seguida, cada um dos sócios dessa empresa ganhava licitação diferente ou consequente na mesma Secretaria. E haja rombo! (Editorial do JP)

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