O deputado Bira do Pindaré (PT) utilizou o grande expediente da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (07), para parabenizar o Partido dos Trabalhadores pelo aniversário de 32 anos. A disputa interna do PT pela condição de candidato a prefeitura de São Luís e os problemas vividos pela sociedade ludovicense foram outros temas abordados no discurso.

Bira iniciou seu pronunciamento apresentando um histórico do PT, desde sua fundação, ainda no período de ditadura militar, passando pelas ‘Diretas Já’ e a eleição do ex-presidente Lula e da Presidente Dilma Rousseff.

No dia 10 de fevereiro o PT completará 32 anos. “O PT tem uma história absolutamente incomparável, é um dos poucos partidos da história do Brasil, talvez quem saiba o único, que não nasceram de cima para baixo, mas de baixo para cima. Foram os movimentos de base da sociedade que forjaram e construíram o Partido dos Trabalhadores, o partido que já elegeu um presidente operário por duas vezes pela primeira vez na história desse país e agora elegeu uma mulher, a presidente Dilma Rousseff”, disse Bira.

O deputado anunciou que estará na festa de aniversário do Partido, em Brasília, no dia 10/02. A homenagem do petista pôde ser compreendida pela maneira como ele falou do maior nome do PT no Maranhão, o presidente de honra do partido, Manoel da Conceição. O único maranhense que estava na reunião de Fundação do PT, um militante histórico, camponês, a liderança maior, que hoje vive em Imperatriz.

Contra a oligarquia Sarney

Em um segundo momento Bira abordou a situação vivida internamente no PT do Maranhão. O partido realizará um encontro de delegados (prévias indiretas), para definir seu candidato a prefeitura de São Luís. De 05 a 09 de março será o período de inscrição de chapas, dia 25 de março eleição dos 220 delegados, em votação secreta, e dia 15 de abril a definição do candidato.

O parlamentar confirmou sua pré-candidatura a prefeitura de São Luís, contra o candidato indicado pela oligarquia Sarney, o vice-governador Washington Luís. Bira relembrou os últimos fatos, inclusive uma reunião da bancada do PT com o vice-governador, onde na oportunidade Washington anunciou seu apoio a candidatura do deputado petista.

“Eu não sei qual foi o peru que ele comeu no Natal, mas a conversa mudou completamente depois do Natal. Aconteceu uma reunião, em Curupu, liderada pelo senador José Sarney, e nessa reunião tomaram a decisão. E o que é interessante, é que ele não fez parte dessa reunião. E tanto é verdade que eu estava em passeio com a minha família, no recesso desta Casa e fui alcançado por um telefonema, era ele [Washington]. Já tinha nota nos jornais, nos blogs, já dizia para todo mundo, todo mundo já anunciava, o candidato é ele, o grupo escolheu, vai ser ele o candidato, mas ele não sabia. Ele me ligou pra dizer: “é mentira o que estão dizendo, isso não é verdade, meu candidato é você, são invenções de blogs, não sei de onde estão tirando essa história”!”, afirmou Bira.

De acordo com Bira, estes fatos são um flagrante absoluto do completo distanciamento do vice-governador em relação à decisão que foi tomada. Ele estava alheio e não participou da discussão, foi comunicado da decisão e teve que obedecer. Prova real de sua subserviência a oligarquia Sarney.

“Esse não é o projeto do PT, esse é o projeto do grupo dominante deste Estado e aqui quem fala é um militante histórico desse partido, que quando ele chegou já me encontrou na militância. E eu digo com todas as convicções que eu tenho, nós não vamos nos curvar a isso. Nós vamos enfrentar essa situação com a mesma energia que sempre enfrentamos todos os embates da nossa história. Não temos medo”, reiterou o parlamentar.

Conforme Bira, o embate que está por vir internamente no PT, não será entre dois adversários petistas e sim entre ele e uma oligarquia que completará 50 anos em 2015. “Se depender de nós isso não vai acontecer. Enfrentamos um império e sabemos disso, que controla todos os Poderes desse Estado; mídia, poder econômico, tudo. Mas vamos enfrentar. É dessa forma que nós vamos encarar essa situação porque a nossa dignidade ninguém vai comprar, a nossa dignidade ninguém vai tomar e a militância saberá dar a resposta”, reafirmou Bira.