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Beija-Flor vai usar 5 toneladas de búzios para falar de São Luís

Portal G1

Recheada de lendas, crenças e misticismo, a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, do Rio de Janeiro, vai buscar o 13º título do carnaval com o enredo “São Luís, o poema encantado do Maranhão”. Para contar a história da capital maranhense, a atual campeã carioca não mediu esforços e vai levar para a Avenida cerca de cinco toneladas de búzios.

Tal proeza é para contar a chegada dos negros ao Brasil. As milhares de conchinhas poderão ser vistas em pelo menos dois dos 8 carros alegóricos e nas fantasias dos 3,8 mil componentes, divididos em 49 alas. Uma a uma, elas foram coladas a mão, um trabalho minucioso que durou cerca de três meses para ficar pronto. Entre um setor e outro, a Beija-Flor promete fazer um passeio pela cultura maranhense.

Uma das alegorias que promete chamar a atenção é a que representa o navio negreiro, com máscaras africanas e esculturas de corpos humanos na lateral da barca.

De acordo com o carnavalesco Victor Santos, que compõe a comissão de carnaval, somente no setor dois serão cerca de 1,5 mil componentes, todos negros, representando o sofrimento dos escravos.

A cultura afro, aliás, estará presente em grande parte do desfile. Para desenvolver o enredo, a comissão de carnaval foi até São Luís do Maranhão. Foi em uma dessas visitas, de acordo com Victor Santos, que a comissão percebeu uma forte influência negra na cidade. Por isso, não só a cultura, mas também a religião e festas folclóricas como o bumba meu boi estarão no desfile.

“Nós procuramos uma forma diferente para tratar esse enredo. Fizemos várias viagens para a ilha e descobrimos uma influência negra muito poderosa. E nós vamos enfatizar no desfile essa influência negra, além das lendas de São Luís e todo o espírito e mistério que você percebe quando você chega lá na cidade”, explicou o carnavalesco.

Homenagem a Joãosinho Trinta

Entre tantas homenagens, uma não poderia ficar de fora do enredo da Beija-Flor. A azul e branca pretende encerrar o seu desfile com um emocionante tributo ao carnavalesco Joãosinho Trinta, que morreu no dia 17 de dezembro do ano passado. Maranhense, Joãsinho ficou por 17 anos na Beija-Flor, sendo campeão cinco vezes, entre 1976 e 1983.

Escola de Nilópolis será a 6ª a desfilar no dia 19 de fevereiro

O desfiles antológico “Ratos e urubus larguem a minha fantasia”, de 1989, será lembrado em uma das alegorias, mas desta vez, diz Victor Santos, a réplica do Cristo Redentor como mendigo virá descoberta na Avenida. Na época, por decisão da Justiça, a escultura teve que entrar coberta. O trono que seria usado por Joãosinho vai entrar vazio na Sapucaí.

Os grandes escritores, poetas e o carnaval de rua maranhense também serão lembrados. Sobre as fantasias do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Selmynha Sorriso e Claudinho, e da rainha de bateria Raíssa Oliveira, o carnavalesco preferiu manter segredo.

Com a voz de Neguinho da Beija-Flor e bateria afinada sob o comando dos mestres Plínio e Rodney, a Beija-Flor será a sexta escola a passar pela Avenida no domingo (19 de fevereiro), com previsão de entrada entre 2h25 e 3h50.

Por 82 minutos, Victor Santos garante: a Marquês de Sapucaí vai se transformar na capital do Maranhão. ” A escola está coesa e nós viremos para disputar. Vamos trazer muita encenação, muitos momentos de surpresa, inesperados, a junção do chão com os carros alegóricos. Temos certeza de que será um grande carnaval, à altura de São Luís”, disse Victor Santos.

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