Fechar
Buscar no Site

Banhistas ignoram avisos de interdição de praias da Ilha

PERIGO NO MAR

Uma reunião deve ser realizada no próximo dia 29 para discutir um plano de ação relativo à fiscalização, orientação dos frequentadores e o futuro dos estabelecimentos comerciais instalados nos locais impróprios


POR OSWALDO VIVIANI (Jornal Pequeno)

Pelo menos até agora, teve pouco efeito prático a colocação, por parte da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), de placas de interdição em oito pontos da orla da Grande Ilha de São Luís, nos quais o esgoto é despejado diretamente na praia e vai para o mar. Tanto na quinta-feira (17) – dia em que as placas foram instaladas – como na sexta e ontem, banhistas ignoravam os avisos de interdição e frequentavam despreocupadamente as áreas impróprias, conforme o Jornal Pequeno flagrou. Banhistas podiam ser vistos nos oito pontos em que foram colocadas as placas de interdição: um na Ponta d’Areia, cinco no Olho d’Água e dois no Araçagi.

A medida da Sema cumpre uma decisão da Justiça Federal, em resposta a uma ação proposta este ano pelo Ministério Público Federal (MPF), que pedia a interdição de pontos da costa onde há despejo direto de esgoto.

Apesar da interdição, os banhistas que decidirem entrar em contato com a água nos locais proibidos não podem ser impedidos.

No entanto, vários órgãos ligados à questão ambiental preparam uma série de ações de conscientização dirigidas aos frequentadores das praias que recebem dejetos.

Uma reunião deve ser realizada no próximo dia 29 para discutir um plano de ação relativo à fiscalização, orientação dos frequentadores e o futuro dos estabelecimentos comerciais instalados nos locais impróprios.

Representantes da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Ministério Público Federal e Estadual, secretarias municipais de Saúde e Meio Ambiente de São Luís e São José de Ribamar, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Batalhão Ambiental serão convocados para o encontro, que deve discutir ações de fiscalização nas áreas.

O superintendente de Monitoramento da Sema, Hugo Rocha e Silva, afirmou que já neste fim de semana será feita uma campanha de conscientização junto aos banhistas. “Não podemos isolar as áreas. O que dá para fazer é informar a população sobre os riscos de se frequentar uma praia poluída”, disse Rocha.

Durante a semana, ele alertou, ainda, sobre o nível de contaminação nas praias de São Luís, que é considerado altíssimo. “O limite aceitável de contaminação nas praias para a bactéria Escherichia coli [coliforme fecal] é de 800 bactérias para 100 ml de água. Em São Luís, encontramos cerca de três mil a quatro mil bactérias para a mesma medida, o que é muito representativo”, afirmou Hugo Rocha. Os rios Pimenta 1, Pimenta 2 e Calhau também receberam placas de interdição.

(Com informações do G1 Maranhão)

Apenas trecho da praia de Panaquatira está próprio para o banho

O mais recente laudo sobre a balneabilidade das praias da Grande Ilha foi divulgado pela Sema na sexta-feira (18). O laudo refere-se ao monitoramento realizado nos últimos dias 14 (segunda-feira) e 15 (terça-feira).

Foram coletadas amostras nas praias de Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, do Meio, Araçagi, Panaquatira, da Sede, Boa Viagem e Juçatuba, abrangendo 26 pontos de coleta.

Apenas a praia de Panaquatira, em São José de Ribamar, foi considerada em condições próprias para banho.

Na análise anterior, realizada nos dias 6 e 8 deste mês, todas as praias monitoradas foram classificadas como impróprias para o banho.

As análises integram a série de acompanhamento semanal dos índices de balneabilidade das praias da Grande Ilha, de responsabilidade da Sema, e são realizadas por técnicos do Laboratório de Análises Ambientais e da Superintendência de Planejamento e Monitoramento da secretaria.

O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente] nº 274/00, segundo a qual a água do mar é considerada própria quando, em 80% ou mais de um conjunto de amostras, houver no máximo 800 bactérias Escherichia coli por 100 ml. A água é tida como imprópria quando o número obtido na última amostragem é superior a 2.000 bactérias Escherichia coli por 100 ml.

Bactérias presentes na água do mar podem causar gastroenterite

Os coliformes fecais também são conhecidos como “termotolerantes”, por suportarem uma temperatura superior a 40°C. Estão presentes no trato intestinal de humanos, bois, gatos, porcos e outros animais de sangue quente. São excretados em grande quantidade nas fezes e normalmente não causam doenças quando estão no sistema digestivo.

A bactéria gram-negativa Escherichia coli, presente em larga escala nas águas de um grande número de praias brasileiras, onde chegam por meio do esgoto despejado diretamente no mar, é um tipo de coliforme fecal.

A gastroenterite – cujos sintomas são diarreia, cólicas abdominais, febre, náuseas e vômito – é uma das doenças que podem ser contraídas ao se ingerir água ou alimentos contaminados por essa bactéria.

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens