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Assassinatos aumentaram 203,6% no Maranhão na última década

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Estado foi o 3º do país com maior aumento de crimes de morte entre 2002 e 2012; taxa de homicídios subiu 162,4% no período, também a 3ª maior alta entre os estados

Por OSWALDO VIVIANI (JP)

De 2002 a 2012, o Maranhão registrou um aumento de 203,6% nos crimes de assassinatos. É o terceiro maior aumento percentual, entre todos os 26 estados da federação, mais o Distrito Federal. Só dois estados tiveram, no mesmo período, percentuais maiores – Bahia, com aumento de 242,1% nos homicídios, e Rio Grande do Norte, registrando crescimento de 272,4% nos assassinatos.

Em números absolutos, 576 crimes de morte ocorreram no Maranhão no ano de 2002 e 1.749 em 2012. A Bahia saltou de 1.735 assassinatos em 2002 para 5.936 em 2012. E o Rio Grande do Norte foi de 301 homicídios em 2002 para 1.121 em 2012.

É o que revela a mais nova versão do Mapa da Violência, estudo coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que será lançada nas próximas semanas, com dados que vão até 2012.

O levantamento é baseado no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que tem como fonte os atestados de óbito emitidos em todo o país. O SIM produz dados estatísticos confiáveis desde 1980.

Em relação ao crescimento da taxa de homicídios – calculada para cada 100 mil da população total –, o Maranhão também ocupa a ingrata 3ª posição, embora a taxa mais recente (2012) ainda seja a 6ª entre os outros estados e o DF (26,0).

A taxa subiu 162,4% em 11 anos (2002 a 2012) – de 9,9 assassinatos a cada 100 mil pessoas em 2002 para 26,0 em 2012.

O percentual do Maranhão só cresceu menos, no período, do que o da Bahia (221,6%; da taxa de 13,0 para 41,9) e o do Rio Grande do Norte (229,1%; da taxa de 10,6 para 34,7).

Entre as capitais com as taxas de homicídios mais altas – dados referentes a 2012 –, São Luís figura no 7º posto, com 55,4 assassinatos a cada 100 mil pessoas.

A capital maranhense só ganha de Manaus (AM; taxa de 56,2), Vitória (ES; taxa de 56,6), Recife (PE; taxa de 57,1), Salvador (BA; taxa de 62,0), João Pessoa (PB; taxa de 86,3) e Maceió (AL; taxa de 111,1).

Nos últimos dois anos pesquisados (2011 e 2012), em números absolutos, os assassinatos cresceram 11,2% em São Luís – 1.573 homicídios em 2011 e 1.749 em 2012.

Presidente Dutra, Imperatriz e São Luís aparecem no Mapa da Violência 2014 como as três cidades mais violentas do Maranhão, com taxas de homicídio de 84,2; 55,5; e 55,4 (mortes em cada grupo de mil pessoas) , respectivamente.

PAÍS – Segundo o Mapa da Violência 2014, o Brasil registrou em 2012 o maior número absoluto de assassinatos e a taxa mais alta de homicídios desde 1980. Nada menos do que 56.337 pessoas foram mortas naquele ano, num acréscimo de 7,9% frente a 2011. A taxa de homicídios, que leva em conta o crescimento da população, também aumentou 7%, totalizando 29 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes.

“Nossas taxas são 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Isso marca o quanto ainda temos que percorrer para chegar a uma taxa minimamente civilizada”, destacou o sociólogo Julio Waiselfisz.

Para Waiselfisz, o Brasil vive um “equilíbrio instável”, em que alguns estados obtêm avanços, mas outros tropeçam. Os dados mais recentes mostram que apenas cinco unidades da federação conseguiram reduzir suas taxas de homicídios de 2011 para 2012. Dois deles – Rio de Janeiro e Espírito Santo – se mantiveram praticamente estáveis, com quedas de 0,3% e 0,2%, respectivamente. Os outros três foram Alagoas, com retração de 10,4%; Paraíba, com 6,2%, e Pernambuco, com 5,1%. Ainda assim eles continuam entre os dez estados com as maiores taxas de homicídio do país.

São Paulo apareceu na outra ponta. Entre 2011 e 2012, registrou alta de 11,3%, mas segue ainda com a segunda menor taxa do país. Considerando um período maior, de dez anos entre 2002 e 2012, os dados de São Paulo ainda são positivos, pois houve queda de 60% em sua taxa. Nesse mesmo período, o índice do Rio caiu 50%. Na média brasileira, a alta nesses dez anos foi de 2,1%. Para o sociólogo, a análise desses dados comprova que esses dois estados tiveram êxito em suas ações de Segurança Pública, mas que ainda é preciso fazer ajustes.

“Não se pode dizer que o ano de 2012 seja uma tendência, mas é preocupante. As ações pontuais na área de Segurança Pública estão mostrando seus limites. Sem reformas estruturais que mexam no sistema penitenciário e no modelo obsoleto de Polícia Civil e Militar, não conseguiremos resolver o problema. E aí, sim, a tendência vai ser de alta”, afirmou Julio Waiselfisz.

(Com informações de O Globo)

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