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Aluísio Mendes, o discípulo de Sarney

O deputado Aluísio Mendes (PSDC) aprendeu rápido os truques de malfeitor do seu tutor político, o ex-senador José Sarney. A pressão e a chantagem política, marcas consagradas da personalidade do oligarca rancoroso, foram incorporadas por Mendes e, em pouco menos de seis meses de mandato, já fazem parte do cotidiano do ex-secretário de Segurança em Brasília.

Divulgação

De acordo com a Folha de São Paulo, Aluísio Mendes, que durante o governo Roseana Sarney fazia arapongagem contra adversários utilizando o cargo de secretário de Segurança, participou da montagem de uma operação na qual deputados de primeiro mandato ameaçaram derrotar o pacote fiscal da presidente Dilma Rousseff caso não fossem liberadas verbas para seus redutos eleitorais.

A Folha teve acesso às mensagens trocadas compartilhada em um grupo de WhatsApp. Além da sinceridade raramente tornada pública, elas mostram como os novatos assimilam rapidamente velhas práticas do Parlamento. Criada pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), a lista “Deputados Federais Novatos” é de composição ecumênica. Há representantes de partidos nanicos, dos aliados PMDB e PC do B, dos oposicionistas DEM e PSDB, e até mesmo do PT.

“Somos 243 de 1º mandato”, diz o criador numa das mensagens, ressaltando o poder de pressão dos inscritos —a Câmara tem 513 titulares.

As chamadas “emendas parlamentares” são as verbas e investimentos do Orçamento da União que deputados destinam para seus redutos.

Os deputados, então, se viraram contra a proposta que revê a política de desoneração da folha de pagamento, medida do governo para tentar reequilibrar as contas públicas ante a escassez de recursos. A votação poderá ocorrer nesta semana.

Depois da mensagem de Nascimento, o grupo foi tomado por uma profusão de mensagens com ameaças de ação em bloco para derrotar ou atrasar a votação do projeto caso a equipe econômica não atendesse à reivindicação.

Como a de Fábio Miditieri (PSD-SE), reproduzida na abertura desta reportagem. Ou a de Aliel Machado (PC do B-PR), segundo quem a ação contra o governo “tem que ser antes de algum anúncio oficial sobre as emendas e antes dessas votações”.

A discussão foi ganhando adeptos. “Bora (sic) reunir… Será que fomos vítimas de estelionato?”, questiona Delegado Waldir (PSDB-GO).

Uma reunião é então convocada. “Teremos votações de alta relevância nos próximos dias. Deveríamos nos reunir para uma discussão pragmática”, defende Carlos Andrade (PHS-RR). “Estarei presente, juntos somos 50% dos votos, independente de partido. Vamos mostrar essa força”, reforça Aluisio Mendes (PSDC-MA), discípulo de José Sarney, para pressionar o governo.

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