Durante participação em evento no Cuca do Mondubim, na manhã desta quinta-feira, 21, Ciro Gomes (PDT) criticou alguns tópicos da proposta de reforma da Previdência. O projeto foi apresentado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nessa quarta-feira, 20.

Segundo o ex-governador do Ceará e candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2018, alguns pontos das novas regras para aposentadoria são “flagrantemente criminosos”. “Reduzir os benefícios para um senhor de idade de 70 anos ou para uma senhora de 65 anos, que está doente, de um salário mínimo para R$ 400, é simplesmente um crime intolerável”, pontuou o político, citando as novas disposições para o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Outro quesito questionado por Ciro foi o aumento da idade mínima para aposentadoria, fixado em 62 anos para mulheres e 65 para homens. De acordo com o pedetista, a resolução desconsidera o “Brasil real”. “É razoável que alguém que trabalhe no ar-condicionado, de gravata, tenha idade mínima igual a de um trabalhador rural que saiu 5h30min da manhã com a enxada nas costas?”, questionou o ex-governador.

Sobre as novas regras da Previdência para professores, Ciro disse que “em nenhum lugar do mundo” um docente precisaria trabalhar 40 anos para conseguir aposentadoria em tempo integral, tendo ainda que obedecer a idade mínima.

“À primeira vista, nas primeiras leituras, já me parece que essa reforma tem alguns defeitos graves”, ressaltou o pedetista, acrescentando que o texto não é totalmente comprometido com a “sensação” de privilégios, a qual define como “o verdadeiro problema da Previdência”. O  Povo