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“Adoro um pijama”, diz Sarney

Rádio Jovem Pan – Venezuela não pode fazer parte do Mercosul se não é um país democrático, defende o ex-presidente da República José Sarney, em entrevista exclusiva a Madeleine Lacsko e Thiago Uberreich no programa Radioatividade.

“Esse episódio foi triste em relação aos senadores. Eles provaram eles mesmos, resolveram fazer a sua prova de que não são uma democracia.”, disse o ex-presidente sobre o fechamento de ruas e ataque ao ônibus que levava a comitiva oficial de senadores Brasileiros.

Folhapress

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“Eu acho que a Venezuela não tem as condições de cumprir o dispositivo do Mercosul de ser um país democrático. Ela está provando e cada vez mais ela está manifestando isso. E não é só o Brasil que está protestando não.”, completou.

O governo brasileiro reagiu ao episódio por meio do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mas não houve pronunciamento oficial da presidência da República. “Quando eu fui presidente, em relação ao Apartheid, na África do Sul, nós rompemos relações com África do Sul por causa do Apartheid. Eu acredito que o governo brasileiro deve ter uma atitude mais enérgica em relação à defesa desses princípios democráticos.”, respondeu José Sarney quando perguntado sobre como agiria caso isso ocorresse quando ele era o presidente.

Apesar de ter dito que queria se manter cada vez mais afastado da política quando decidiu não concorrer mais uma vez ao Senado, José Sarney disse que tem sido procurado para falar do tema desde que se soube da recepção aos senadores brasileiros por parte do governo da Venezuela. Crê que se deve ao fato de ser idealizador do Mercosul e também da oposição ferrenha que fez à entrada do país vizinho no bloco, mesmo sendo da base do governo brasileiro.

Operação Lava Jato

O ex-presidente diz ser contrário ao método empregado na fase Erga Omnes da Operação Lava Jato. Apesar de ponderar que o magistrado deve ter razões técnicas para decretar as prisões dos presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez, José Sarney diz que é contra as prisões.

“Que para ouvir o presidente de uma empresa, ele tenha de ser preso imediatamente, porque isso não existe para nenhum cidadão. Eu acho que, de certo modo, nós devemos cumprir a lei mas levar em consideração também os direitos individuais, né? Pelo fato de a pessoa ser rica não pode também ser perseguida, nem rico nem pobre, todo cidadão deve ter os seus direitos.”, disparou o ex-presidente.

Um homem das artes: a ABL e Glauber Rocha

Apesar de ter ocupado os principais cargos políticos da República, José Sarney insiste que, se a vida lhe desse novamente a chance de escolha profissional, teria ficado com o mundo das letras.

O ex-presidente se irrita com os críticos ao fato de que ocupe uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e brinca ao dizer que está em uma situação política muito difícil por lá, uma vez que a maioria dos acadêmicos que votou nele já morreu.

Ressalta também que seu livro “O Dono do Mar” é um sucesso editorial internacional.

José Sarney negou que tenha proibido durante anos a circulação do filme “Maranhão 66”, idealizado e dirigido pelo amigo pessoal Glauber Rocha. A produção, que relata a posse como governador do Maranhão em 1966, foi exibida em um cinema de arte naquela época e vaiada pelos frequentadores.

Depois, foi aplaudida de pé e diz-se que é base para muitas cenas de “Terra em Transe”, o que o ex-presidente confirma, dizendo até mesmo que há pedaços da produção que são, na verdade, cenas de sua posse. “Quanto ao filme Terra em Transe, realmente aquela cena que tem o Jece Valadão fazendo o papel subindo a igreja, não é ele, sou eu pelas costas, foi na minha posse”, diverte-se.

Trocando o jaquetão pelo pijama velho

O próprio José Sarney admite que sua figura é marcada pelo combo estético jaquetão e bigode, mas diz que abandonou o figurino após a saída da vida política. “Eu agora já estou mais velho, o jaquetão foi ficando apertado para a idade. É melhor a gente pegar e fazer um paletozinho”. O ex-presidente diz que também tem “corpo muito bom” para comprar terno feito e que agora usa tanto modelos de 2 botões quanto de 3.

Mas basta entrar em casa que os ternos novos saem de cena. Lá, um figurino é imbatível. “De pijama é sempre, né? Adoro um pijama, principalmente se for velho. Pijama e chinelo velho é ótimo, minha filha”, assegura José Sarney.

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