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Acordo de Alckmin com centrão não garante alianças regionais; PSDB, DEM e PP serão adversários em pelo menos quatro estados

O apoio do centrão ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) não conseguirá impedir que tucanos e partidos do blocão sejam adversários em, pelo menos, quatro estados nas eleições para governador. São consideradas improváveis as chances de composição entre PSDB e partidos como DEM e PP em Goiás, Mato Grosso, Sergipe e Rio Grande do Sul.

Uma liderança do DEM referiu-se nesta sexta-feira à disputa goiana como “a terceira guerra mundial” ao descartar qualquer possibilidade de um acordo para uma candidatura única do blocão no estado. O pré-candidato ao governo pelo DEM é o senador Ronaldo Caiado, que enfrentará o pré-candidato do PSDB, Zé Eliton, afilhado do ex-governador Marconi Perilo (PSDB). Caiado e Perilo são adversários políticos de longa-data. Zé Eliton chegou a ser advogado do pré-candidato do DEM no passado, mas acabou se aliando ao tucano.

No Mato Grosso, o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, pré-candidato do DEM ao governo estadual, fechou nesta sexta-feira qualquer chance de uma composição com o governador Pedro Taques (PSDB), que tenta a reeleição.

— Aliança nacional é uma coisa; estadual é outra. Cada um no seu quadrado — afirma Mendes, que enfrenta uma disputa acirrada com Taques. Os dois têm atualmente um problema em comum: ambos foram alvo de acusações na delação do ex-governador Silval Barbosa, do PMDB. Eles negam as suspeitas.

No Rio Grande do Sul, PP e DEM estão unidos contra o pré-candidato do PSDB, Eduardo Leite. O tucano disse nesta sexta-feira que tentou se aproximar do pré-candidato do PP, Luiz Carlos Heinze, no início da pré-campanha, mas sem sucesso. Hoje ele trabalha para atrair outros partidos do centrão.

— Temos expectativas em torno do PR e o PRB — disse Leite.

Para piorar, a maior liderança do DEM no Rio Grande do Sul, Onix Lorenzoni, é apoiador da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ao Planalto e de Heinze.

No Nordeste, PSDB e DEM devem se enfrentar em Sergipe. Lá, interlocutores do deputado Mendonça Prado (DEM) dizem nem cogitar aliança com o senador Eduardo Amorim (PSDB).

— A chance é zero — diz um correligionário.

Há também palanques regionais onde PSDB e partidos do centrão estão tentando uma pacificação com chances de sucesso. Minas Gerais é a prioridade neste caso. O próprio Alckmin estaria disposto a participar da costura de um acordo entre o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Pacheco, do DEM. Como o tucano aparece como favorito na disputa, o esforço é para convencer Pacheco a abrir mão da candidatura.

Nesta sexta-feira, o deputado do DEM permanecia irredutível.

— A minha candidatura está mantida. Houve uma aliança nacional, mas com a liberação dos estados. Eu respeito e tenho grande apreço pelo Anastasia. E espero que ele (Anastasia) respeite a minha candidatura — disse Pacheco.

Diante da indefinição dos mineiros, uma liderança do DEM não descarta a possibilidade de dois palanques no segundo maior colégio eleitoral do país:

— Alckmin ficou de chamar Anastasia e Pacheco pra ver se consegue formatar um acordo. Caso não seja possível, teremos dois palanques.

Outro caso com perspectivas de acordo é em Santa Catarina. No estado, o PSDB tem como candidato a governador o senador Paulo Bauer e o PP tem o ex-senador Esperidião Amin. O tucano disse que existe um diálogo entre os partidos e não descartou uma candidatura única do blocão em nível regional.

— Temos conversado com os partidos aqui e poderemos ter tanto candidaturas individuais do PSDB, PP e PSD como todos juntos ou parcialmente juntos. Mas essa decisão não terá nenhuma relação com o processo nacional — afirmou Bauer.

Ele destacou que uma divisão do bloco em Santa Catarina não ofereceria qualquer risco à candidatura presidencial de Alckmin.

— Aqui não tem palaque contra o Alckmin no estado a não ser o do PT. Ele não tem com o que se preocupar em Santa Catarina — disse. (O Globo)

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