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Abandonado por Roseana: Faltam médicos e materias básicos no hospital de Presidente Dutra

O Hospital Regional de Presidente Dutra – construído no governo do Dr. Jackson Lago, com equipamentos modernos e atendimento de qualidade à época -, atualmente encontra-se abandonado, num estado crítico de funcionamento com a falta de médicos e de materiais cirúrgicos.

Foto: blog do Adonias Soares

Construído na gestão do governador Jackson Lago, o hospital de Presidente Dutra foi entregue no início de 2009, com 5.317 metros quadrados de área construída, 100 leitos de enfermaria e 12 UTI’s, feito com recursos do próprio Estado, beneficiando 34 municípios do entorno.

Atualmente, no governo Roseana Sarney, o hospital está sucateado. Funciona de forma precária, sem médicos e enfermeiros suficientes, falta de medicamentos, estrutura física sem manutenção além de leitos e salas em estado deploráveis.

Preparado para realizar serviços de média e alta complexidade, o centro era para oferecer atendimento nas áreas de clínica médica, cardiologia, pediatria, cirurgia geral, neurocirurgia, traumato-ortopedia, radiodiagnóstico e exames ultrassonográficos. No entanto, nem os serviços básicos estão sendo oferecidos.

Uma TV local exibiu nessa semana uma reportagem com funcionários relatando a situação deficitária do hospital, que só vem, segundo eles, se agravando.

“Hoje a UTI estava com 12 pacientes e com apenas dois técnicos de enfermagem e um enfermeiro, sendo que para cada técnico o máximo são dois pacientes. E no hospital inteiro só havia um maqueiro. Estagiários estão assumindo plantão em troca de promessas de emprego”, denunciaram.

O blog recebeu uma carta onde relata toda a situação de calamidade do hospital de Presidente Dutra. Acompanhe a seguir:

Carta ao blog sobre o hospital regional de Presidente Dutra

O Hospital Regional de Urgência e Emergência de Presidente Dutra (HRUEPD) foi construído e inaugurado pelo ex-governador Jackson Lago em 2009; entrou em funcionamento com uma UTI de 12 leitos equipada com aparelhos de primeira geração, um centro cirúrgico moderno capaz de realizar atendimento nas áreas de neurocirurgia, ortopedia, buco-maxilo e cirurgia geral; além de atendimento de urgência e emergência em clínica médica, cardiologia e pediatria. Com auxílio diagnóstico: Tomografia computadorizada, Ultrassonografia (serviços terceirizados), e laboratórios de análises clínicas, com acompanhamento do LACEN- laboratório central do Estado que segue as normas do MS.

Os recursos humanos foram contratados através de seletivo com exceção dos médicos, esses, por meio de cooperativas. Com a saída do Governador entra em cena Roseana Sarney, e começa então as mudanças: primeira desativa o serviço de cardiologia- a partir desta data, quem sofrer algum infarto será atendido pelos clínicos; a empresa que contratava os funcionários – Josué Montelo – foi dispensada ocupando seu lugar a ICN – Instituto Cidadania e Natureza, esse foi o divisor de águas na “vida” do Socorrão de Presidente Dutra, pois a partir desse momento, começam a faltar material básico, equipamentos deixam de fazer revisão, quando quebrados não há reposição, etc.

No inicio de 2011 começa um assédio moral com os funcionários celetista, ameaça de demissões, redução de insalubridades, mudança de escala de trabalho tudo com a finalidade de reduzir custos, chegando ao absurdo de no mês de agosto funcionários que trabalham a noite não terem direito à ceia e café da manhã. Finalmente no final de setembro chegam 86 cartas de demissões de funcionários; A maioria de setores cruciais para o funcionamento do hospital – UTI e Centro Cirúrgico; normalmente quando os gestores precisam realizar mudanças, estes setores são os últimos a sofrerem qualquer alteração e justifica, porque quem trabalha em UTI demora em média dois anos para estar capacitados e realmente aptos a desenvolver plenamente uma assistência de qualidade, no centro cirúrgico, o período é um pouco menor, mas também requer pessoas ágeis e com conhecimento especifico dos equipamentos.

Do ponto de vista social são 86 famílias que estão desestabilizadas e com seus mantenedores desempregados, alguns destes mudaram de suas cidades para Presidente Dutra com toda família. Dizem que essas demissões são para reduzir salário. Mas, como justificar isso se entre os demitidos estão pessoas que ganham salário mínimo? É possível pagar menos que o mínimo? Acredito que a intenção seja outra! Para piorar a situação no lugar dos enfermeiros demitidos, estão assumindo os plantões estagiários de enfermagem que não são formados, e já se sabe que haverá uma “seleção” para entrada de novos funcionários que receberão 50% a menos que os atuais celetistas, como é possível um funcionário realizar o mesmo trabalho que o outro profissional em regime de CLT ganhando divergente?!

Francamente o Socorrão está em processo de sucateamento; equipamentos foram retirados do centro cirúrgico durante a noite e levados sabe Deus para onde. Existe uma deficiência enorme de materiais considerados básicos e essenciais para um bom atendimento como, sondas, cateteres, jalecos, gases, compressas e etc.

Durante essas retiradas de materiais, houve a troca de um carrinho de anestesia por um outro velho e com defeito que terminou explodindo prejudicando a acuidade auditiva do anestesista do plantão. Do ponto de vista técnico no Brasil faltam atendimentos especializados e leitos de UTI; o fechamento ou redução de um serviço desse porte causará um grande prejuízo para a região; com isso voltaremos à época em que pessoas morriam no trajeto entre suas cidades e São Luís.

A população presidutrense e adjacências não conseguem acreditar no que estão vendo, pouco a pouco aquele que vinha a ser o orgulho de Presidente Dutra, a salvação de muitas vidas de regiões próximas agora é uma sombra, uma lembrança vaga dos seus tempos áureos. Fala-se em “reforma eterna”, mas como é possível se ao ligar a televisão me deparo com propagandas de construção de 40 novos hospitais, será o mesmo Maranhão que quer fechar o HUEPD que está inaugurando hospitais?! Pra onde vão nossos impostos? Não se fala mais em qualidade, acolhimento da população, humanização e sim em redução de custos, onde vamos parar?

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