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A Via Alternativa precisa dizer o que quer

EdItorial do Jornal Pequeno

A movimentação do PPS no interior do estado com a realização de encontros regionais que devem desaguar no Encontro Estadual da legenda no mês de abril, é a de um partido que se quer no topo das discussões e dos debates eleitorais referentes às eleições de 2014. Vindo de uma crise que pode culminar com a perda de importantes lideranças, como as do deputado Othelino Neto e Simplício Araújo, não há dúvidas de que o PPS decidiu vestir os trajes da concorrência eleitoral majoritária. O partido está deixando claro que quer disputar o governo do Estado em 2014.

A ideia de uma “Via Alternativa” na oposição já provocou rumores de todo tipo, inclusive o de que haveria por trás de toda essa arregimentação o dedo calejado de José Sarney. Outro rumor é o de que a deputada Eliziane Gama teria se empolgado demais com o resultado das eleições municipais e, sem querer, estaria armando a derrota das oposições na próxima eleição estadual.

A deputada, entretanto, encarna a versão de que os maranhenses merecem uma alternativa para 2014, não alinhada às propostas de Flávio Dino e Luís Fernando Silva. E ao que parece essa ideia foi solenemente absorvida pelo político que menos suporta “a catinga dos Sarney”, o deputado Domingos Dutra

Tratando dessa questão fora do contexto político-partidário, onde as diferenças constroem as opiniões comentários e maledicências, é preciso que se explique claramente o que representa a Via Alternativa, a quem pretende e até se pretende fazer oposição à governadora do Estado e ao prefeito de São Luís, se seus adeptos formam, de fato, uma unidade de sentimentos e posições em nível estadual e nacional.

Talvez seja a hora de começarem a pensar num projeto alternativo de governo ou de construí-lo com a participação da sociedade organizada. Um grupo político como este que se pretende, só pode ser construído em cima de ideias. No PT, por exemplo, uma parte é francamente favorável à aliança com Sarney e outra é francamente contra. Mas as duas partes são defensoras intransigentes do ex-presidente Lula que, no final, é o principal responsável pela concretização dessa aliança. E isso cria um intenso vazio na compreensão dos filiados, eleitores e simpatizantes.

A mudança que apregoa a Via Alternativa não pode ser apenas psicografada. Não se faz oposição à ventania. Oposição pretende abolir, extinguir, depor, derrubar e isso depende de propostas concretas, de adversários nominados. Oposição, em síntese, é luta pelo poder, contra quem detém o poder ou está muito próximo dele.

Mas não estamos ouvindo críticas à administração de Roseana Sarney, nem de Edivaldo Holanda Júnior ou, mesmo, ao modelo político defendido por Flávio Dino e pelo PC do B. Vimos, sim, uns e outros prefeitos reunidos, um ou outro defendendo a própria candidatura ao governo do Estado. Nem sequer nos deram conhecimento do pensamento de Marina Silva, hoje, sobre a política nacional e, menos ainda, estadual. A Via Alternativa precisa dizer o que quer.

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