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A oposição precisa sair do marasmo

Editorial do Jornal Pequeno

Pelo andar da carruagem, a unidade das oposições em 2014 é um sonho cada vez mais distante da realidade. Enquanto o grupo Sarney apara as arestas, junta os cavalos e as armaduras, esforça-se pela unidade e se concentra em torno do nome do Cavaleiro Chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva, consolidando um projeto a longo prazo, a movimentação entre os oposicionistas aponta em sentido contrário. Eles teimam em não obedecer ao Código da Cavalaria, o principal mandamento de qualquer vitória anunciada.

Depois da entusiasmada Terceira Via, surgida a partir da excelente performance da deputada Eliziane Gama na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2012, surge também a “Via Alternativa”, embalada pelo manifesto desejo do deputado Domingos Dutra de concorrer ao Senado e do prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, de concorrer ao governo do Estado. E diz Hilton Gonçalo, conforme registrado pelo blog do jornalista John Cutrim, durante confraternização pela reeleição do vereador Francisco Chaguinhas, que mais de 20 prefeitos defendem essa ideia.

Nos dois casos, os protagonistas desta cisão antecipada nas hostes oposicionistas garantem que não se trata de manifestação contra a candidatura de Flávio Dino. Nem precisava dizer. É claro que não. Trata-se de manifestação em favor da vitória do candidato do grupo Sarney em 2014; trata-se de prestimosa contribuição à Cavalaria do “Rei”. É só o que é. Um colégio de 20 prefeitos, um deputado federal que representa no PT o fundo de reserva não aliado ao grupo no poder, mais a deputada estadual Eliziane Gama comandam essa redivisão do que já está dividido antes mesmo que os prefeitos oposicionistas eleitos tomem posse.

Nada mais parecido com uma espécie de Exército de Brancaleone enfrentando a peste negra do personalismo sob a tutela de um grupo de maltrapilhos eleitorais na busca de garantir apenas o próprio feudo, mas esquecidos dos sonhos de liberdade do Maranhão. E a redivisão do dividido prossegue, pois Othelino Neto e Simplício Araújo não se entendem com Eliziane Gama no PPS e as ações e posições assumidas pelo vice-prefeito eleito de São Luís, Roberto Rocha, provocam desencanto e desalento no PSB.

Os cavaleiros e aristocratas da oposição ignoram o Código da Cavalaria, principalmente as regras que dizem respeito à coragem e à lealdade, à missão de sacrifício pelos mais fracos, de defender a justiça contra a injustiça e o mal e, muito especialmente, de amar sua terra natal. Cuida cada um apenas de seu espólio pessoal. Nessa marcha, o rei continuará mantendo o poder sobre todas as ordens de cavalaria e à oposição restará a função de polir as armaduras de uma batalha perdida antes de começar.

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