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A ópera bufa da CPI

É cada vez mais visível o destino da CPI que o deputado Roberto Costa propôs contra o prefeito João Castelo: o marasmo, o não ter o que fazer e menos ainda o que dizer. Primeiro, porque foi instalada para investigar uma questão sub judice; segundo, porque está em busca de um dinheiro que já está sendo pago, pelo menos até que a Justiça decida definitivamente em favor da prefeitura ou em favor do Estado.

Ridículas são as armações que se montam em torno desses convênios. O próprio Estado, por meio de uma Medida Cautelar Inominada Incidental, pediu na Justiça a devolução do dinheiro. Quando a decisão do juiz Megbel Abdalla saiu em seu favor, obrigando o município a pagar a quantia de R$ 2 milhões mensais, o Estado juntou todos os seus escribas para desconstituir moralmente o magistrado, ignorando, porém, que o desembargador Jaime Ferreira de Araújo manteve a decisão do juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública.

O gestor da CPI contra Castelo, deputado Roberto Costa, sem mais ter o que falar, afirma ter conseguido, com base em extratos bancários do Banco do Brasil, encontrar os 73 milhões, que, conforme o Procurador Geral do Município, Francisco Coelho Filho, estão nas contas da Prefeitura. É mais uma falácia do gestor da CPI, um factóide, pois até onde sabemos a Comissão Parlamentar de Inquérito está funcionando mesmo é nos corredores do carnaval da Madre Deus.

Nada mais cansativo que essa ópera bufa na qual tudo se canta; só não se canta sobre o destino dado aos recursos sequestrados pelo Estado de todos os convênios firmados pelo ex-governador Jackson Lago com inúmeras prefeituras maranhenses. E esse dinheiro, onde está? Em que foi aplicado? Na estatização da Fundação da Memória Republicana? Na Via Expressa? Nas eleições de 2010?

São perguntas que a CPI de Roberto Costa contra o prefeito João Castelo não quer fazer sob o argumento de desvio de objeto, como se algum objeto a CPI tivesse que não fosse armar um circo judicial para tentar deixar o prefeito inelegível. Duas decisões judiciais depois, a do juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Megbel Abdalla, e a do desembargador Jaime Ferreira de Araújo, as duas favoráveis aos sequestradores, a CPI insiste em atrair os holofotes da mídia e sonha com o bloqueio de todas as cotas de ICMS da prefeitura para, assim, empastelar a administração de São Luís.

O vácuo onde a CPI se criou só aumenta de tamanho, pois não serão ofensas à Justiça, nem tentativas de criminalizar gerentes de bancos que vão dar a ela o objeto que ela nunca teve.

Há outros meios de ganhar eleições, inclusive o abuso de poder econômico de que tanto se vale o grupo Sarney. Bloquear os recursos do povo, empastelar a administração pública são apenas crimes a mais que se acrescentam à chacina política que perpetram contra o povo de São Luís. (Editorial do Jornal Pequeno desta quinta-feira)

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