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A casa ao lado

Por JM Cunha Santos

O encontro do PT que decidiu pela escolha indireta do candidato a prefeito de São Luís, em reunião realizada na sede do Sindisep, teve um componente de assombração: A Casa ao Lado. Lá, entidades misteriosas ouviam choros de meninos sem dinheiro, roncos de gente virando porco, trotes de cavalos carregando maletas e batidas em código na porteira. Era o barulho da compra de votos.

“A casa ao lado” foi a grande responsável pela derrota da tese das eleições diretas para escolha do candidato do Partido dos Trabalhadores. Nela, alguns sonharam ficar ricos da noite para o dia ou foram preparados para enriquecer brevemente. Eventos insólitos, sem causa física aparente, como a geração espontânea de funcionários do Incra e de secretarias de Estado ou o aparecimento do nada de malas recheadas e cheques ao portador, orientaram os piratas na caça ao tesouro.

Histórias escabrosas que nem Luciano Samosa seria capaz de contar davam notícias da presença de divindades e a distribuição de sinecuras e promessas pareceu uma obra de ficção paranormal na qual muitos buscavam e encontravam fortuna, prosperidade, abundância e investimentos. Alguns saíram de lá em condições perfeitas de deitar nos jardins e vinhedos da deusa Afrodite que deu o ar de sua graça na pele de um fantasma que, parecidíssimo com uma macaxeira, viajava e nunca saía do mesmo lugar.

Talvez “A casa ao lado” nunca seja incluída entre as lendas do imaginário maranhense. Mas por algum tempo ela permanecerá ali mostrando que os fantasmas também podem mudar o curso da história. E esses fantasmas fungam no cangote, chamam sogras falecidas, gritam por toucinho assado, vestem-se de branco, mas conseguem o que querem: a sempre vitória da oligarquia Sarney.

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