POR MANOEL SANTOS NETO

O líder do Governo na Câmara Municipal de São Luís, vereador Honorato Fernandes (PT), está convencido de que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) irá conseguir, o quanto antes, dar respostas aos grandes desafios colocados diante de sua administração.

Com a experiência de quem chega à vida pública com o lastro de uma bem-sucedida trajetória na vida empresarial, Honorato acredita que o prefeito já conseguiu imprimir uma marca nova na capital maranhense, dando direcionamento à gestão, e já com resultados concretos.

Aos 39 anos de idade, Honorato conversa com desenvoltura com todos os colegas na Câmara e discute com eles soluções para os problemas da cidade. Na condição de líder do Governo, ele aponta como ações positivas do prefeito Edivaldo a regularização e ampliação do Samu, que agora conta com 17 ambulâncias, melhorias no atendimento dos Socorrões 1 e 2; normalização do início do ano letivo e a implantação, em caráter piloto, de três escolas com funcionamento em tempo integral.

Nesta entrevista ao Jornal Pequeno, Honorato Fernandes também avalia os rumos que o Partido dos Trabalhadores poderá seguir nas eleições de 2014 no Estado. Para ele, o PT e os petistas, em seu conjunto, devem ter liberdade para definir seu futuro: “Sou adepto da ideia de que essa discussão seja ampliada no Estado e, após avaliação, possamos escolher o melhor caminho para o Maranhão”, afirma Honorato Fernandes, nesta entrevista ao JP:

Jornal Pequeno – Como tem sido a experiência de líder do Governo, nestes primeiros meses de seu primeiro mandato?

Honorato – Uma experiência única e cheia de desafios, principalmente no que se refere às relações humanas. Aceitei o convite para ser líder de Governo no final de fevereiro e estou com um pouco mais de 60 dias na liderança. Tenho construído, desde o primeiro dia do mandato, relações de respeito com os colegas vereadores, inclusive com o vereador da oposição. Acredito que tenho conseguido caminhar na liderança de forma tranquila e equilibrada, pelo apoio que tenho recebido do prefeito Edivaldo Holanda Jr., de toda sua equipe de trabalho e, em especial, dos secretários Osmar Filho e Rodrigo Marques.

JP – Que avaliação o senhor faz do relacionamento do prefeito Edivaldo com a Câmara de São Luís?

Honorato – São dois poderes independentes, mas que devem andar de mãos dadas para a reconstrução da nossa cidade. Posso afirmar que a relação entre Câmara e Executivo está cada dia melhor, pois os vereadores têm compreendido a necessidade de unir forças para uma verdadeira mudança positiva, para melhor. O prefeito conhece de perto o Parlamento e sabe da sua grandiosa importância na implementação de ações que melhorem as condições de vida da população.

JP – O que se pode destacar do trabalho feito até agora pelo prefeito Edivaldo?

Honorato – O prefeito assumiu uma verdadeira terra arrasada: secretarias sem contratos vigentes, restos a pagar da ordem de quase R$ 800 milhões, estrutura administrativa sem nenhuma condição de funcionamento. Mesmo assim, o prefeito imprimiu uma marca nova, dando direcionamento à gestão, e já mostra resultados concretos como a regularização e ampliação do Samu, que agora conta com 17 ambulâncias e antes dispunha de apenas duas em funcionamento; melhorias no atendimento dos Socorrões 1 e 2; normalização do início do ano letivo, implantação, em caráter piloto, de três escolas com funcionamento em tempo integral. O prefeito também assegurou direitos aos profissionais da educação, como, por exemplo, odireto a 1/3 de hora/atividade; regularizou a situação dos Conselhos Tutelares, por meio de projeto de lei; regularizou o sistema de limpeza pública; iniciou a operação emergencial de tapa-buraco, dentre tantas outras melhorias já de curto prazo, fora a garantia de aporte financeiro federal para grandes investimentos, que vêm pela frente.

JP – Em que áreas, a seu modo de ver, o prefeito Edivaldo deve, a partir de agora, focar sua atuação?

Honorato – Concentrar esforços redobrados na Educação, pois é a única forma de mudar a realidade da nossa população, na Saúde e no Sistema de Transportes. São as três áreas mais abandonadas nos últimos anos.

JP – Há uma aliança formal do PT com o PMDB na base de sustentação da governadora Roseana Sarney. Mas, na Câmara de São Luís, PT e PMDB estão em posições opostas?

Honorato – Não tenho nenhum tipo de dificuldade com relação ao assunto, o meu partido também não, tanto é que aprovou a participação do PT na administração do prefeito Edivaldo Holanda Jr. Defendo a liberdade de escolha minha e do PT. Acredito que o PMDB deveria ajudar o prefeito efetivando parcerias institucionais importantes para a população nas áreas de saúde, educação, fornecimento de água e saneamento básico, pois a população seria a grande beneficiada com uma parceria verdadeira. Quanto aos vereadores (as) do PMDB, uma vereadora já faz parte da base do governo municipal na Câmara e o outro vereador eu já o convidei para ajudar o prefeito na reconstrução da cidade.

JP – E como andam as ações do governo da presidente Dilma em nosso Estado?

Honorato – O governo da presidente Dilma vem a cada dia implantando melhorias substanciais para o Brasil, entre as quais destaco: redução de tarifas de energia elétrica, diminuição da pobreza, ampliação do sistema público de ensino superior, incentivo à produção e, principalmente, investimentos em infraestrutura, tudo isso sempre pensando na diminuição das desigualdades sociais que são a origem de tanta coisa ruim.

JP – Na recente visita a São Luís, o ex-ministro José Dirceu defendeu a reedição da aliança do PT com o PMDB para as eleições de 2014?

Honorato – Não entendi dessa forma as palavras do ex-ministro José Dirceu. Não no que se refere ao Maranhão. O PMDB é um partido aliado importante para governabilidade do Brasil, mas o PT tem que ter autonomia para discutir e avaliar se essa parceria atende aos interesses do Maranhão, se atende aos anseios da população, do Partido dos Trabalhadores e de seus agentes políticos.

JP – Como deve se dar a definição dos rumos do PT maranhense às eleições de 2014?

Honorato – Sou adepto da ideia de que essa discussão seja ampliada no Estado e, após avaliação, possamos escolher o melhor caminho para o Maranhão. Não me refiro meramente a discussão sobre cargos, secretarias ou posições. Temos que refletir sobre o real papel do PT no Governo do Estado e se o partido tem conseguido contribuir com a implementação de políticas públicas no Governo.

JP – Como o senhor avalia a disputa pelo Governo do Maranhão, tendo em vista os nomes já colocados: Luís Fernando, Flávio Dino, Edison Lobão?

Honorato – Uma disputa de gigantes, cada um com seus projetos políticos partidários e para o Maranhão. Espero e peço a Deus que possamos avaliar cada um dos nomes colocados, os projetos por eles apresentados e os aspectos políticos, para poder definir o caminho que atenda ao povoe ao desenvolvimento do nosso Estado.

JP – Mas o senhor se afina com a corrente do PT que defende apoio a Flavio Dino?

Honorato – Não tenho dificuldade nenhuma em discutir sobre os projetos para o Maranhão com nenhuma das forças políticas do Estado, desde que o PT faça parte do processo de discussão do Maranhão de forma efetiva. Tenho amigos companheiros que defendem candidatura própria, outros a manutenção da aliança para 2014 e, ainda, outros que defendem a aliança com o PCdoB. Sem dúvida nenhuma, a aliança com o PCdoB é uma possibilidade real que não podemos deixar de avaliar.