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Texto do Bispo Mario Porto, publicado na PG do dia 27/08/23

DETOX NA ALMA

Nós não somos um corpo com uma alma, somos uma alma com um corpo. Enquanto o mundo nos ensina corretamente a desintoxicar nossos corpos, algumas vezes precisamos desintoxicar nossas almas.

O ressentimento foi descrito por Max Sheler como uma intoxicação psíquica. É um veneno mata aos poucos. E como todo veneno precisa de antídoto e o envenenamento de tratamento apropriado.

Mesmo sabendo de suas consequências ficamos ressentidos, quase sempre involuntariamente, isto é, sem que cognitivamente o queiramos. O ressentimento é quase sempre injetado em nós de forma subjetiva, sem que a razão o obstrua inicialmente.

O ressentimento é a reposta que damos a uma ação contra nós, seja ela objetiva ou subjetiva, real ou imaginária. Uma ação objetiva é direta, facilmente observada e muitas vezes física ou verbal, como calúnia ou difamação. A subjetiva vem de maneira discreta e às vezes em forma de omissão. A forma real de ação contra nós é quando a agressão aconteceu, tem fatos concretos, lugares específicos, tem rosto e nome. A forma imaginária é quando nutrimos um sentimento negativo contra alguém por interpretarmos erradamente uma ação em relação a nós, que talvez o próprio autor da ação desconheça.

Diagnosticar a natureza deste ressentimento, se é objetiva, subjetiva, real ou imaginária, já é o primeiro passo para a cura.
O que envenena as nossas emoções não são propriamente as ações contra nós, mas a resposta que damos a elas.
O ressentimento então é a reposta negativa que damos a uma ação contra nós. Pessoas agirão de forma diferente diante da mesma agressão.

O ressentimento ou amargura não são estáticos. Eles brotam, se desenvolvem dentro de nós e se avolumam contaminando a outros (Hebreus 12. 15).

Inicialmente o ressentimento era apenas um sentimento, mas de alguma forma ele foi agravado. Ele cresce quando a ofensa é retida e fica presa em nossa consciência. Ré-sentir é sentir várias vezes a ofensa como se ela repetisse constantemente em nossa mente. É como se sofrêssemos de novo a ofensa a cada instante.

Uma ofensa pode ser recordada a margem do ressentimento, pela simples razão de que não se traduziu numa reação sentimental negativa e, em consequência, não foi repetida emocionalmente. Já o ressentimento é um ressentir, um voltar a sentir a ferida que permanece no íntimo, como um veneno que altera a saúde interior.

Então perdoe e dê um basta nesse ciclo vicioso do ressentimento.

É tempo curar !!!

Indesistivelmente,

Mário Porto.

Vosso conservo em Cristo.

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