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Texto do Pr Hamilton Rocha (IBCalhau) publicado na PG do dia 28/07/2019

BRECHAS

Ezequiel 22:30

Pr. Hamilton Rocha*

         Davi estava  em uma batalha com um exército superior, porém fez esta oração: “Senhor, meu Deus, em ti me refugio. Salva-me de todos os que me perseguem e livra-me; para que não me devorem como um leão e me despedacem, sem que ninguém me socorra. Senhor, meu Deus, se eu agi assim, se há injustiça nas minhas mãos, se paguei com o mal ao que estava em paz comigo, ou se sem razão deixei meu inimigo impune, que o inimigo me persiga e me alcance; calque minha vida no chão aos seus pés e deite minha honra no pó” (Salmo 7:1-5). Mesmo com todo aquele exército, se ele não tivesse Deus ele não teria nada.

    Depositemos em Deus a nossa confiança. Reconheçamos que de suas potentes mãos vêm o socorro. Lembremo-nos de quantos reinos e quantas monarquias se perderam em uma só batalha.

    O exército israelita era de 600.000 soldados, mas porque ofenderam a Deus, foram derrotados pelos midianitas. Davi foi derrotado pelo adultério com Batsebae pelo homicídio de Urias. As mais prodigiosas vitórias foram as de Sansão, mas foi derrotado porque se deixou prender e cegar pelo amor de Dalila. Josué foi derrotado pelo pecado de Acâ. Os israelitas caíram,  o deserto por causa da infidelidade. Nós não nos mudamos, e queremos que Deus mude?

    Por um pecado perdeu Adão o paraíso; por um pecado perderam os anjos o céu; por um pecado perdeu Saul o reino; por um pecado  perdeu Absalão o exército.

    Um garoto na Holanda ao passar perto de um dos muitos diques que existem naquele país, viu que escorria um fio d’água por uma pequena abertura que se fazia maior a cada momento, podendo vir a ser um rombo e pondo assim em perigo a vida da população. Naquele local deserto o menino teve uma ideia: poria as mãos naquela brecha até que alguém passando por ali fosse buscar socorro.

    Pois foram essas mãos providenciais que faltaram em Jerusalém, para impedir que a cidade fosse subvertida não pelas águas, mas pela incredulidade. Dessa triste omissão queixou-se o profeta: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30).

    Mas uma simples brecha pode causar tanto dano? Pode.

    Brecha é apenas uma fresta. Uma trinca. Quase nada. Mas vale muito a advertência: se aparecem trincas numa parede é preciso ver o que há; pode não ser nada, mas pode ser muito.

    Na vida humana há rombos e há rachaduras. Os rombos dão na vista. Escancaram-se. Podem estampar-se nas primeiras páginas de um jornal. As fissuras, não. Algumas delas são quase invisíveis, mas comprometem o bom funcionamento desse mecanismo que é o nosso caráter.

    Não são apenas os grandes pecados que transtornam a vida, mas os pequenos. Chamar o irmão de tolo é falta grave. Cobiçar é outra falta grave. Mentira, outra. Se nego perdão a alguém estou cometendo um sério delito diante de Deus. Tão sério que posso não ser perdoado: “Se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:15).

    São todas frinchas, mas que podem trincar a nossa estrutura moral, diante de Deus e diante dos homens. Uma medida se impõe: tapá-las. Tapá-las imediatamente, para que não aumentem e para que, aumentando, não venham a transformar-se em rombos.

    Infelizmente pouca importância damos às brechas, por serem pequenas, por parecerem inconsequentes, inócuas. Como se vírus não fizesse mal por não ter tamanho. Como se picada de cobra não matasse por ser uma gota de veneno.

    O escritor sagrado nos adverte: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor” (Cantares 2:15). Raposinhas também fazem mal: são capazes de destruir uma vinha.

Pastor da Igreja Batista do Calhau em São Luís do Maranhão

 

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