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Polícia Federal invade a Assembleia Legislativa do Maranhão

Agentes da Polícia Federal, armados com metralhadoras, invadem o prédio da Assembleia Legislativa


Um fato inusitado marcou a história recente do Parlamento maranhense. Agentes da Polícia Federal cercaram a Assembleia Legislativa do Estado em São Luís, na manhã do dia 25 de outubro de 1984.
Era uma quinta-feira, carregada de muita tensão política. Os policiais federais guardaram pontos estratégicos do interior do prédio, localizado na Rua do Egito, protegendo com metralhadoras a chegada de um ônibus especial com 17 deputados estaduais, que estavam confinados dentro de uma mansão na orla marítima da cidade.
A invasão da Assembleia aconteceu durante o tumultuado processo de escolha dos delegados do Maranhão que teriam direito a voto no Colégio Eleitoral. Era a eleição indireta que iria decidir a escolha do sucessor do então presidente da República, João Batista Figueiredo.
A presidente do Comitê de Imprensa, jornalista Adenis Matias, avisara logo cedo que havia algo estranho na Assembleia: “Hum, hum! Tem muita polícia aí fora. E tem uma ordem para limitar ao máximo o acesso da imprensa. Vão ficar aqui só os releseiros da Casa”.
Sob tensão, começou a sessão plenária, declarada aberta pelo presidente da Assembleia, deputado Celso Coutinho. Na hora da votação para a escolha dos delegados ao Colégio Eleitoral, os simpatizantes da chapa Tancredo Neves – José Sarney protestaram: faltavam cédulas. Os partidários da chapa de Paulo Maluf tiraram as suas, já preenchidas, dos bolsos e garantiram para Maluf seis delegados e dois suplentes.
Vale lembrar: o clima político começou a ficar acirrado logo após o recesso regimental da Assembleia Legislativa. A formalização da Aliança Democrática, unindo PMDB e Frente Liberal, aconteceu em 7 de agosto de 1984. No dia 11, Paulo Maluf venceu a convenção do PDS, que descartou as candidaturas do então ministro dos Transportes, Mário Andreazza, do vice-presidente da República, Aureliano Chaves, do general Costa Cavalcanti e do general Octávio Medeiros, à época ministro-chefe do SNI.
A convenção do PMDB escolheu Tancredo Neves como candidato à Presidência da República e José Sarney como vice, vindo pela Frente Liberal.
Ao despedir-se do governo de Minas Gerais, Tancredo Neves lançou oficialmente sua candidatura e a de Sarney às eleições no Colégio Eleitoral, que seriam realizadas dali a cinco meses. Sarney fez um breve discurso de três minutos da janela do Palácio da Liberdade, na estreia como candidato da oposição.
Ainda em agosto de 1984, o senador Afonso Camargo abonou a ficha de filiação de Sarney. A direção do PMDB comunicou a adesão ao Tribunal Superior Eleitoral, ao Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão e à Mesa do Senado.
As formalidades todas foram cumpridas. Depois de duas décadas de atuação em defesa do regime militar, Sarney mudou de lado. Estava oficialmente na oposição. Essa virada de mesa embaralhou todo o jogo político no Maranhão.

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